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Um gene antirracismo?

O preconceito pode parecer inevitável. Mesmo indivíduos que se autodefinam como não racistas mostram evidências de racismo inconsciente, implicando que o racismo teria base social ou biológica. Mas foi mostrado em um artigo publicado recentemente que um grupo de pessoas parece não formar estereótipos raciais (Santos, A. e colegas, Current Biology, 2010).
A síndrome é rara, causada por uma mutação genética, removendo 25 a 30 genes do cromossomo 7. Como diversas outras doenças raras, a síndrome talvez não chamasse tanta atenção, não fossem as consequências comportamentais que os portadores dessa mutação apresentam. Crianças com a síndrome de Williams são demasiadamente amigáveis, hiper-sociais e apresentam um interesse demasiado em pessoas desconhecidas. “Todas as pessoas do mundo são meus amigos” – frase que se costuma usar para caracterizar crianças com essa síndrome.
Isso porque não apresentam bloqueios sociais ao entrar em contato com estranhos. A razão disso já foi discutida numa coluna anterior e está relacionada à Teoria da Mente (capacidade que temos de imaginar o que o outro estaria pensando). Esse defeito acontece durante o desenvolvimento, e as razões neuronais ainda são obscuras.
O estudo em questão mostra que essas crianças não desenvolvem atitudes negativas contra outros grupos étnicos, mesmo apresentando atitudes estereotipadas comuns a crianças normais da mesma idade. Essa parece ser a primeira evidência sugerindo que diferentes tipos de estereótipos e preconceitos podem ser biologicamente distintos.
Indivíduos adultos com a síndrome de Williams apresentam atividade neuronal anormal numa estrutura cerebral conhecida como amígdala. Essa região está envolvida com a resposta a ameaças sociais, acionando inconscientemente respostas emotivas negativas contra outras etnias. Tendências racistas estão associadas ao medo: adultos são mais propensos a associar objetos negativos ou eventos repulsivos (por exemplo, choques elétricos) a pessoas de outras etnias. Mas de acordo com esse último estudo, seria o medo social que levaria ao preconceito. Uma perspectiva com sérias implicações, sem dúvida. Poderíamos sugerir, por exemplo, intervenções para reduzir o medo social como alternativa contra o preconceito. Mas será que existem evidências suficientes na pesquisa para garantir essa conclusão?
O trabalho consistiu em mostrar imagens de pessoas a 20 crianças de 5 a 16 anos portadoras da síndrome de Williams e outras 20 crianças normais (grupo controle), com mesma faixa etária. Todas de origem europeia e de pele branca. O primeiro teste consistia em pedir para os dois grupos de crianças escolherem as imagens relacionadas com atividades geralmente associadas a homens ou mulheres, como por exemplo, brincar com bola ou bonecas. Os dois grupos mostraram o mesmo tipo de tendência estereotipada, associando figuras de meninos com a bola e figuras de meninas com bonecas.
As crianças também ouviram historinhas sobre os personagens das figuras, descrevendo atributos negativos, como sendo teimosos ou sujos, ou atributos positivos, como bonitos e inteligentes. Pediu-se para as crianças associarem os tipos de histórias com imagens de pessoas de pele clara ou escura. Um exemplo de história consistiu em: “Havia dois meninos, um deles era muito amoroso. Quando viu que o gatinho caiu no lago, o menino salvou o animal, evitando que ele se afogasse. Qual é o menino gentil e amoroso?”
Crianças-controle, sem síndrome de Williams, consistentemente associam características positivas a indivíduos de pele clara e características negativas aos de pele escura. Infelizmente, esses dados confirmam resultados anteriores feitos tanto em crianças claras como em negras. No entanto, as crianças portadoras da síndrome de Williams não mostraram nenhum tipo de bias (preconceito). A conclusão óbvia é que o medo social não é necessário para estereótipos sexuais mas é importante para o estabelecimento de preconceitos étnicos.
O dado é extremamente interessante, mas existem alguns detalhes que podem influenciar as conclusões dos pesquisadores. Os pacientes com síndrome de Williams têm outros tipos de problemas, como retardo mental e reduzida capacidade de aprendizado, que podem interferir com as escolhas feitas pelas crianças. Apesar do grupo ter escolhido participantes com QI e nível socioeconômicos parecidos, as crianças com Williams possuem experiências de vida bem diferentes de crianças normais. Até certo ponto, todas as crianças são expostas a modelos baseados em sexo pelo convívio com os pais, mas nem todas têm a chance de refletir sobre a questão do racismo. A exposição reduzida das crianças com Williams a estereótipos racistas pode ser uma outra forma de interpretar os resultados do grupo.
Além disso, o estudo não responde se o preconceito tem bases genéticas predeterminadas ou é baseado em experiência prévia. Alterações genéticas podem fazer alguém nascer sem as mãos e por isso ser incapaz de tocar piano. Não podemos inferir que exista uma base genética para tocar piano nesse caso. Com esse trabalho, a mesma coisa. Para examinar o papel da experiência prévia o grupo poderia, por exemplo, encontrar crianças que foram criadas por pais do mesmo sexo. De qualquer forma, o trabalho precisa ser replicado em grupos maiores e com outras faixas etárias.
O que parece ser um fato é que preconceitos e estereótipos diferentes podem ser biologicamente discriminados. Se isso é por causa de genes, ambiente ou uma complicada interação entre ambos, é uma questão cuja resposta ainda está por vir.

http://colunas.g1.com.br/espiral/

Cientistas de Harvard, nos EUA, declaram 'guerra' ao sal de cozinha

"Ingerido em excesso, cloreto de sódio causa pressão alta.
Veja dicas de como diminuir o sal na alimentação."

 

Especialistas da Universidade de Harvard, nos EUA, lançaram uma campanha para que os americanos diminuam o consumo de sódio, mineral presente em vários alimentos e principal componente do sal de cozinha, o cloreto de sódio.
“Há evidências esmagadoras de que devemos tratar a redução de sódio como um problema crítico de saúde pública, assim como fizemos quando descobrimos os males causados pela gordura trans", afirma Walter Willett, presidente do departamento de nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard.
Segundo um relatório do Instituto de Medicina dos EUA divulgado na última terça-feira (20), o sódio é o maior culpado pela epidemia de hipertensão que assola o país. O estudo aponta que a doença pode começar na infância e irá afetar nove entre dez americanos ao longo de suas vidas.
Além de pedir regras nacionais para estabelecer uma quantidade máxima de sal nos alimentos industrializados, os cientistas publicaram várias dicas de como diminuir o consumo do mineral no dia a dia. Confira algumas delas:
1. Diminua suas porções: assim você reduzirá o sódio e as calorias. Uma regra básica é a de que, quanto mais calorias uma comida têm, mais sódio ela terá.
2. Hortifruti primeiro: encha metade do prato com frutas e vegetais, que têm pouco sódio.

3. Prefira os frescos: alimentos naturais, que não foram industrializados, contêm menos sal.
4. Diminua sem perceber: a maioria das pessoas não consegue detectar uma redução de até 25% do sal na comida.
5. Retire o sal aos poucos: seu paladar vai se acostumando à falta do mineral.
6. Fique de olho na etiqueta: procure por comidas que tenham menos de 300 miligramas de sódio por porção.
7. Abuse dos temperos: pimenta, vinagre, raízes e ervas podem dar sabor aos alimentos sem necessidade de salgá-los.
8. Toste, queime, asse: o jeito certo de cozinhar pode ajudá-lo a manter o sódio longe da mesa.
9. Enxague, lave e dilua: você pode cortar um pouco do excesso de sal dos alimentos industrializados sem prejudicar o sabor da comida.
10. Evite o "sal automático": prove os alimentos antes de ir buscar o saleiro.

 http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/04/cientistas-de-harvard-nos-eua-declaram-guerra-ao-sal-de-cozinha.html

Imunização contra H1N1 poderá ser prorrogada em alguns postos

"Ministério recomendou que locais de vacinação abram neste sábado (24).
Funcionamento, contudo, fica a critério de estados e municípios."

 

Quem perdeu o prazo para se imunizar contra a gripe A (H1N1) poderá ganhar mais um dia para se proteger. O Ministério da Saúde recomendou, nesta quinta-feira (22), que estados e municípios abram seus postos no próximo sábado (24) e permitam que os convocados em etapas anteriores da vacinação possam ser atendidos.
A abertura desses postos, contudo, ficará a critério de cada prefeitura ou governo estadual. O ministério recomenda que as pessoas procurem a secretaria de saúde de sua cidade para saber se locais de vacinação estarão abertos.
Os grupos que já deveriam ter se imunizado e que poderão fazê-lo no sábado são as gestantes, crianças de seis meses a menores de dois anos, doentes crônicos e jovens saudáveis de 20 a 29 anos – estes últimos, pelo calendário original, têm até sexta-feira (23) para se vacinar.
No sábado começa o período de vacinação da nova gripe para as pessoas com mais de 60 anos com doenças crônicas, que têm até o dia 7 de maio para ir aos postos de vacinação. Nos estados das regiões Norte e Sul eles também receberão imunização contra a gripe comum.
A vacinação de pessoas que têm entre 30 e 39 anos está prevista para o período entre 10 e 21 de maio. Segundo o ministério, até a tarde desta quinta-feira mais de 32 milhões de pessoas já haviam sido vacinadas contra a nova gripe.

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/04/imunizacao-contra-h1n1-podera-ser-prorrogada-em-alguns-postos.html

 

Grande exportador de implantes mamários é investigado por fraude

"Silicone se rompe com mais facilidade do que o esperado.
Anvisa já proibiu próteses da PIP no Brasil."


O fabricante francês de implantes mamários Poly Implant Prothese (PIP), que exportava 90% de sua produção e tinha clientes no Brasil, Venezuela, Argentina, Chile e Colômbia, entre outros países, está na mira da justiça por um caso inédito de fraude na composição de seu silicone.
As investigações abertas pela promotoria de Marselha, sul da França, se somou a uma primeira queixa apresentada por uma mulher em 2009 acusando os implantes de "colocar em perigo a vida do próximo".
A Poly Implant Prothese, que até há alguns anos era o número três do setor, sofreu um revés aparentemente irreversível nas últimas duas semanas.
No final de março, a Agência de Segurança Sanitária de Produtos de Saúde francesa (AFSSAPS) suspendeu o uso dos implantes mamários do gel de silicone desse fabricante e pediu sua retirada do mercado.
A autoridade de saúde baseou a decisão em uma frequência de ruptura do envoltório desses implantes mais elevada do que em outros produtos do gênero que também contém gel de silicone, e em reações inflamatórias locais. Aparentemente, a PIP usava um silicone diferente do declarado.
No geral, estes implantes têm uma vida de 10 anos. Segundo Jean Claude Ghislain, diretor de avaliação de dispositivos médicos da AFSSAPS, estas rupturas geralmente passam despercebidas por falta de sintomas, por isso a necessidade de que as mulheres que se submeteram a esse implante façam controles médicos periódicos.
Das 500.000 mulheres que se viram submetidas na França a implantes mamários com silicone - composição que voltou ao mercado em 2001 -, 30.000 delas utilizaram implantes fabricados pela sociedade Poly Implant Prothese.
Depois da recomendação da AFSSAPS de que as mulheres que usam implantes mamários dessa fábrica se submetam a uma ecografia anual, as autoridades sanitárias da Argentina e do Chile decidiram retirar o produto do mercado.

Falência
A abertura de uma instrução por parte da promotoria de Marselha coincide com a decisão do tribunal do Comércio de Tolón, também no sul da França, de declarar a empresa em falência.
Os 120 funcionários da Poly Implant Prothese reclamam de 10.000 a 15.000 euros de indenização e ameaçam atear fogo à fábrica que ocupam há duas semanas.

Novos testes podem confirmar eficácia de vacina contra câncer de pele

"Cientistas fazem 3ª etapa de testes com vacina contra herpes usada contra melanomas."

Cientistas dos Estados Unidos estão iniciando novos testes com uma vacina normalmente utilizada para combater o herpes e que mostrou ter efeitos positivos no tratamento do melanoma, o tipo mais perigoso de câncer de pele.
Os especialistas do centro médico da Rush University, em Chicago, já realizaram duas fases de testes com a vacina, chamada OncoVEX.
Na segunda fase, dos 50 pacientes submetidos ao tratamento, oito se recuperaram completamente do câncer, enquanto outros quatro tiveram uma reação positiva parcial e puderam se curar com uma cirurgia.
Pacientes com estágios avançados do câncer de pele costumam ter um prognóstico ruim de sobrevivência. Por isso, tal resultado foi considerado bom pelos cientistas.
"Atualmente existem poucas alternativas de tratamento para pacientes com melanoma avançado, nenhuma delas satisfatórias. Por isso oncologistas ficaram muito animados com os resultados obtidos", disse Howard Kaufman, diretor do programa de câncer da Rush University e chefe da equipe que realiza os testes.
 
Descoberta acidental
Cientistas descobriram que a OncoVEX tinha efeito sobre tecido canceroso quando a vacina foi acidentalmente aplicada em uma amostra de células de tumor.
A vacina inclui um vírus que foi modificado e convertido em um agente que atinge essas células sem afetar células saudáveis.
A droga também possui agentes biológicos que ajudariam a resposta do sistema imunológico ao melanoma.
Segundo, a Rush University, a vacina é injetada diretamente nas lesões.
"O que nos surpreendeu e incentivou foi o fato de a vacina ter funcionado não somente nas células injetadas, mas também em lesões em outras partes do corpo que não poderíamos alcançar", afirmou Kaufman.
"A vacina gerou uma resposta imunológica que circulou pela corrente sanguínea até locais remotos."
A terceira fase dos testes deve envolver 430 pacientes em todos os Estados Unidos. Cada um vai receber uma injeção nos tumores a cada duas semanas por até 24 sessões, e será acompanhado por dois anos.
O melanoma é o tipo mais raro, mas mais letal de câncer de pele, por causa da alta possibilidade de metástase.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer brasileiro, em 2008 houve uma média de aproximadamente 6 mil novos casos, entre homens e mulheres.

Cientistas descobrem conexão biológica entre estresse, ansiedade e depressão

"Grupo canadense criou inibidor molecular, testado em cobaias.
Distúrbios estão entre principais causas de doenças crônicas, diz OMS."


Cientistas da Universidade de Ontario Ocidental, no Canadá, identificaram pela primeira vez uma conexão biológica entre estresse, ansiedade e depressão. O grupo, liderado por Stephen Ferguson, demonstrou em artigo publicado na revista “Nature Neuroscience” como estresse e ansiedade podem levar à depressão.

O mecanismo de conexão descoberto envolve a interação entre o receptor de fator de liberação de corticotropina 1 (CRFR1, cuja ativação leva à ansiedade em resposta ao estresse) e tipos específicos de receptores do neutrotransmissor serotonina (5-HTR, que induz ao estado depressivo). O CRFR1 atua no aumento do número de 5-HTR em superfícies de células no cérebro.
Os pesquisadores desenvolveram um inibidor molecular que, testado em camundongos, bloqueou o circuito. O inibidor ainda não chegou ao estágio de agente farmacológico eficaz para tratamento de humanos. A próxima fase da pesquisa vai tentar justamente alcançar esse patamar.
 “De acordo com a Organização Mundial da Saúde, depressão, ansiedade e outros distúrbios de comportamento estão entre as causas mais prevalentes de doenças crônicas. Ao explorar o potencial da biologia molecular, Ferguson e colegas mostraram novos caminhos que poderão se mostrar importantes para a melhoria das vidas de muitas pessoas que sofrem com esses problemas”, disse Anthony Phillips, diretor dos Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde, que financiou a pesquisa.
 O artigo “CRF receptor 1 regulates anxiety behavior via sensitization of 5-HT2 receptor signaling” foi publicado na edição mais recente da revista científica “Nature Neuroscience”.

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1566283-5603,00-CIENTISTAS+DESCOBREM+CONEXAO+BIOLOGICA+ENTRE+ESTRESSE+ANSIEDADE+E+DEPRESSAO.html

Novo Código de Ética define como dever do médico garantir 'morte digna'

"Cuidados paliativos são voltados a pacientes sem perspectiva de cura.
Código é válido para todo o país e entra em vigor na terça-feira (13)."


Em cima da mesa de Maria Goretti Maciel está a história de alguns dos pacientes que passaram pela Enfermaria de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Público Estadual. São dois cadernos em que médicos, enfermeiros e os próprios pacientes escrevem um pouco do que vivem entre os dez quartos daquele corredor. São quase dez anos de um serviço pioneiro em São Paulo que se reafirma com o novo Código de Ética Médica que passa a valer em todo o país a partir de terça-feira (13).
Cuidados paliativos são um conjunto de técnicas médicas voltadas para pacientes com doenças graves, com o objetivo de diminuir o sofrimento físico, psicológico e espiritual. A atenção integral ao doente é o primeiro fundamento da prática que está diretamente ligada à ortotanásia e envolve médicos, enfermeiros, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
 Desde 2006, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autoriza a ortotanásia  - que diferentemente da eutanásia não prevê a interrupção da vida do paciente, mas estabelece uma série de preocupações, como a utilização dos cuidados paliativos, para garantir a morte digna. Ou seja, mesmo que a doença não tenha mais cura, o paciente continua a ser cuidado, ouvido, aliviado de sua dor e confortado.
Há vinte anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar que pacientes de câncer fossem tratados com os cuidados paliativos sempre que a doença não respondesse mais aos tratamentos que tentam a cura. Mas o Código de Ética Médica brasileiro não é alterado há mais tempo, desde 1988.
Agora, entre os 118 artigos que fixam os deveres dos médicos, ao lado de itens como os vetos à manipulação genética, à escolha do sexo do embrião e a qualquer tipo de relação comercial com empresas farmacêuticas, pela primeira vez os cuidados paliativos aparecem claramente.
 O texto do novo código foi debatido durante mais de dois anos em audiências públicas promovidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A inclusão dos cuidados paliativos é resultado do trabalho da Câmara Técnica sobre Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos, da qual Maria Goretti fez parte.
 O texto afirma que "é vedado ao médico abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal."
 Apesar da OMS já recomendar o uso dos cuidados paliativos há bastante tempo, a prática só passou a ser mais difundida a partir de 2002 quando a organização refez a recomendação e estendeu o uso dos cuidados paliativos para todas as doenças que ameaçam a vida e não podem mais ser curadas.
Maria Goretti afirma que mesmo assim muitos médicos não fazem o que agora o Conselho Federal de Medicina estabelece como um dever ético dos profissionais e um direito do paciente. Ela diz que ainda hoje são comuns os casos em que os hospitais mandam pacientes de câncer para casa e dizem "não temos mais o que fazer". “Quem diz que não tem mais nada o que fazer por algum paciente e manda ele voltar para casa é porque não conhece os cuidados paliativos”, diz a médica.
Ela conta que saber a verdade sobre o diagnóstico é fundamental para o paciente. Para 50% dos que passam pela porta do ambulatório, a morte será o desfecho de uma luta que geralmente já se estendeu por meses e acabou com as forças dos doentes e seus familiares.
Mesmo assim, ser internado no local não significa um caminho sem volta. Para os outros 50%, o tempo de permanência no ambulatório é de uma semana. “Eles voltam para casa, mas voltam assistidos”, explica a médica.
Quando estão internados, os cuidados não se traduzem apenas nos rituais médicos e em comprimidos que aliviam a dor. Muitas vezes, dor maior é a incerteza do que virá.
 Nesta hora vale tudo para dar o conforto espiritual que os pacientes procuram. No entanto, saber ouvir o que eles têm a dizer é a primeira lição que Maria Goretti ensina para suas alunas de residência – que passaram a procurar o ambulatório com maior frequência nos últimos anos.
 A expectativa dos médicos é agora transformar os cuidados paliativos em especialidade médica, assim como a cardiologia ou a pediatria, por exemplo. A médica Amanda Baptista Aranha é uma das estagiárias que foram procurar no Hospital do Servidor Público Estadual a formação que lhe falta para concluir a residência em geriatria no Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
 Ela conta que o hospital, ligado à Unifesp, tem o serviço de cuidados paliativos, mas ainda não está estruturado da mesma forma que no Servidor Público Estadual. Maria Goretti explica que o diferencial do hospital é ter uma enfermaria inteira dedicada aos cuidados com pacientes com doenças em estágio avançado sem prognóstico de cura. No entanto, ela espera que com o novo código mais hospitais criem serviços similares.

"A expectativa dos médicos é agora transformar os cuidados paliativos em especialidade médica."

Na ala criada por ela, os estagiários passam cerca de dois meses com o acompanhamento de médicos preceptores, como nas outras residências médicas. No Servidor Público Estadual, esse trabalho fica sob a responsabilidade da médica Sara Krasilic.   

Travesseiros 
Formada em 1983, Maria Goretti é uma pernambucana de riso fácil. O temperamento parece contrastar com a rotina que experimenta. Ao seu lado, é como se a morte não fosse ocorrência tão comum em sua vida. Enquanto conversa com a reportagem, interrompe a entrevista para observar um senhor que faz parte dos 50% que vão para casa.
Amparado por uma filha, ele vence o longo corredor da enfermaria com um guarda-chuva numa das mãos e o travesseiro embaixo do braço. “Incrível, eles sempre trazem os travesseiros de casa”, conta.
Avessa a qualquer tipo de crença ou “misticismo”, ela diz preferir encarar a morte como uma chance de dar dignidade ao fim dos pacientes. “Um doente morrer não significa que fracassamos com ele”, afirma.
Ela diz ser difícil saber quantos já assistiu nos últimos momentos, mas alguns são mais difíceis ainda de esquecer. Um dos pacientes mais novos que já foram tratados ali tinha 21 anos e um tumor de cérebro agressivo. “Ele tinha uma banda com o irmão e quando já estava em coma, a banda inteira veio e tocou para ele, baixinho é claro. Não sei se ele percebeu, mas foi como o irmão quis se despedir dele”, diz.
Em cima da mesa da médica, os dois livros revelam algumas dessas histórias. Mas só uma frase dita a Maria Goretti pela mulher de um paciente condensa todas: “Ela veio se despedir de mim e disse ‘nunca imaginei que morrer pudesse ser tão simples’.”
O novo Código de Ética Médica é resultado de mais de dois anos de trabalho do Conselho Federal de Medicina. Contou com  a participação de representantes do Ministério Público Federal, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e entidades como as associações de pacientes.
 De acordo com o presidente do CFM, Roberto Luiz d'Avila, a carta de princípios para os profissionais deve ser encarada como um "contrato social". "A relação médico-paciente é baseada na confiança, se isso é quebrado ofende a classe como um todo", afirma d'Avila.
 O documento é dividido em princípios gerais, direitos e deveres dos médicos. São 118 deveres dos médicos, entre eles itens que colocam as obrigações éticas em compasso com o avanço da medicina, como a proibição da manipulação genética e a escolha do sexo do bebê durante o processo de reprodução assistida.

"O texto do novo código foi debatido durante mais de dois anos em audiências públicas."

Porém, o fato de estar claro no novo código não garante que essas práticas serão coibidas. Para isso, a participação da população é fundamental. "A sexagem (escolha do sexo do bebê) já era proibida por resolução do CFM, agora está mais claro. No entanto, quem denuncia?", pergunta.
 Outra proibição do novo código é a implantação de embriões supranumerários durante a reprodução assistida. Para aumentar a probabilidade de sucesso, há denúncias de que alguns médicos implantem mais do que quatro embriões a cada tentativa. "Há um consenso internacional que estabelece no máximo quatro embriões", diz d'Avila.
 O resultado é que começaram a aparecer gestações de gêmeos e trigêmeos em excesso, resultantes de reprodução assistida.
 D'Avila diz que espera ver o novo código popularizado não só entre os médicos, mas também entre os usuários dos sistemas público e privado. Para isso, afirma que o CFM não mede esforços para investigar e punir os médicos quando a falta ética é comprovada. "Entre 60 e 70 médicos que são julgados todos os meses pelo conselho, 50% deles são punidos", diz.

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1564003-5605,00-NOVO+CODIGO+DE+ETICA+DEFINE+COMO+DEVER+DO+MEDICO+GARANTIR+MORTE+DIGNA.html

Dieta rica em sushi pode modificar genes da flora intestinal humana, diz estudo

"Pesquisa realizada na França detectou enzima capaz de digerir melhor as algas."

Uma dieta rica em comida japonesa, como os tradicionais sushis, pode transferir genes de bactérias marinhas para a flora intestinal humana, segundo artigo publicado na revista científica "Nature".
Segundo os autores do estudo, da Universidade Pierre et Marie Curie (UPMC), em Paris, ao comer algas, as pessoas também ingerem essas bactérias marinhas, que contêm o código genético para secretar uma enzima digestiva capaz de "quebrar" as algas em moléculas menores, capazes de serem absorvidas pelo intestino humano.
Para os especialistas, a descoberta mostra que os alimentos e a maneira como os preparamos têm o potencial de influenciar a flora intestinal do homem.
Em outro artigo publicado na mesma edição da Nature, o microbiologista americano Justin Sonnenburg, da Universidade de Stanford, destaca que o estudo francês mostra ainda a importância de as bactérias da flora humana se adaptarem às constantes mudanças da nossa dieta e nosso ambiente.

  Flora
A equipe de cientistas da UPMC, liderada por Jan-Hendrik Hehermann, conseguiram isolar uma nova enzima digestiva encontrada em bactérias vivendo nas algas vermelhas conhecidas como Porphyra, entre as quais está o nori, usado nos sushis.
Examinando centenas de databases de genes para tentar descobrir onde mais poderiam encontrar essa enzima, os cientistas a acharam em bactérias intestinais de um grupo de 13 japoneses.
"Cinco dessas 13 pessoas tinham este mesmo gene em sua flora intestinal. E o resto apresentou genes similares que codificam enzimas semelhantes", explicou Mirjam Czjzek, também da UPMC.
"Quando examinamos o estudo genômico da flora intestinal de um grupo de americanos, vimos que nenhum deles apresentou o mesmo gene."
Segundo Czjzek, a rota "mais provável" para as bactérias marinhas chegarem ao intestino seria a ingestão das algas.
Para ela, esses gentes são benéficos para o ser humano, permitindo que eles absorvam os nutrientes das algas, que eles provavelmente não conseguiriam digerir.

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1561632-5603,00-DIETA+RICA+EM+SUSHI+PODE+MODIFICAR+GENES+DA+FLORA+INTESTINAL+HUMANA+DIZ+EST.html

Consumo de hortaliças e sedentarismo sobem entre brasileiros, diz estudo

"Ministério da Saúde ouviu 50 mil pessoas sobre hábitos saudáveis.
16,4% da população adulta não faz nenhum tipo de exercício."


Ao mesmo tempo em que passou a colocar mais hortaliças em seu prato, o brasileiro começou a fazer menos atividades físicas, mostra uma pesquisa divulgada em Brasília nesta quarta-feira (7) pelo Ministério da Saúde.
Segundo o levantamento, que ouviu 54.367 pessoas ao longo de 2009, 18,9% da população consome cinco ou mais porções diárias de frutas e verduras, número 2,6 vezes maior que o registrado em 2006.
Apesar de revelar uma consciência maior em relação à alimentação, a pesquisa mostra também que a pressa do dia a dia tem piorado a qualidade do que é ingerido. O feijão, por exemplo, faz parte do cardápio de 65,8% dos adultos cinco ou mais vezes na semana. Em 2006, o índice era 71,9%.
A pesquisa revelou que o consumo de refrigerantes e sucos em pó cresceu. Entre os mais jovens, de 18 a 24 anos, 42,1% consomem essas bebidas quase todos os dias, e as versões light ou diet desses produtos só são escolhidas por 15% da população.
Em relação aos exercícios, o estudo mostra que apenas 14,7% dos adultos fazem atividades físicas no tempo livre com a regularidade necessária - 30 minutos diários, cinco vezes por semana. Considerando aqueles que se deslocam para o trabalho ou para escola a pé ou de bicicleta, o índice sobe para 30,8%.
O número de sedentários – aqueles que não fazem exercícios físicos em nenhuma ocasião – é de 16,4% da população adulta, índice superior ao registrado em 2006, quando havia 13,2% de adultos inativos fisicamente.

Sete cursos de medicina podem ser cancelados ou sofrer redução de vagas

"MEC instaurou processos administrativos em instituições.
Universidades têm 15 dias para apresentar defesa."


Sete cursos de medicina correm o risco de encerramento ou redução de vagas após processos administrativos instaurados pela Secretaria de Educação Superior, do Ministério da Educação (MEC).
 A informação foi divulgada nesta quarta-feira (7) no Diário Oficial da União e publicada após "a verificação de não cumprimento de medidas de saneamento determinadas" pelo governo, informa o MEC.As instituições que oferecem os cursos terão 15 dias para apresentar defesa antes da decisão final.
 De acordo com a publicação oficial, passarão pelas avaliações os cursos da Universidade Iguaçu (Unig), campi Nova Iguaçu e Itaperuna; Centro Universitário Volta Redonda (Unifoa), Universidade Severino Sombra (USS), em Vassouras (RJ); Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) e Universidade de Marília (Unimar), em São Paulo; e Faculdade de Medicina do Planalto Central, em Brasília.
 O curso que pode ter a oferta de vagas suspensa é o da Universidade Iguaçu, no campus de Nova Iguaçu (RJ). Segundo o MEC, após prazo de dois semestres para o cumprimento de medidas, a instituição não promoveu as melhorias necessárias.

Outras instituições
De acordo com o reitor da Unig, Julio Cesar da Silva, a universidade ainda não recebeu a notificação. "Assim que recebê-la, ficaremos cientes de quais são os pontos a serem alterados. E vamos acatar", afirma. De acordo com o reitor, o curso passa por processos de supervisão desde 2008, o que é praxe, afirmou.
 Por meio da assessoria de imprensa, a Unifoa afirmou que ainda não foi notificada oficialmente. Em cima das pendências que forem apontadas nessa notificação oficial, formulará defesa, considerando que entende que cumpriu todos os termos de saneamento solicitados pelo MEC. O curso de Medicina da Unifoa tem 41 anos e cerca de 600 alunos.
 Também por meio de nota, a Unaerp afirmou que recebe com tranquilidade a notícia sobre o prosseguimento do processo de avaliação do curso de medicina. Afirmou ainda acreditar que o resultado final do processo de avaliação do MEC será a confirmação da qualidade do curso. A universidade afirmou também que confia na excelência do curso, que, anteriormente, ao boicote dos alunos no Enade 2007, havia sido avaliado com conceito 4 em uma escala de 1 a 5.
 Até o início da tarde, a Faculdade de Medicina do Planalto Central ainda não havia recebido a notificação.
 De acordo com a assessoria de marketing da USS, a universidade aguardará os 15 dias que tem para se manifestar e aguardará a nota técnica do MEC com a decisão integral da portaria. De acordo com a assessoria, "a portaria afirma que cumprimos parcialmente as medidas saneadoras, embora desconheçamos ainda o que foi e o que não foi cumprido".
 O site oficial da universidade comemora a liberação do processo seletivo do curso de medicina. “A USS tem o prazer de compartilhar com seu corpo discente, docente e colaboradores a liberação do processo seletivo para o Curso de Medicina. Aos interessados que sempre acreditaram nas atividades do curso, solicitamos que aguardem a publicação de Edital", diz o site.
 A Unimar afirmou que não recebeu relatório de avaliação do MEC com as possíveis reprovações detectadas na última visita ao campus, nos dias 11, 12 e 13 de março deste ano. Segundo a universidade, a coordenação do curso de medicina disse que deverá ter acesso ao relatório até sexta-feira, quando poderá esclarecer dúvidas.

http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1560502-5604,00-SETE+CURSOS+DE+MEDICINA+PODEM+SER+CANCELADOS+OU+SOFRER+REDUCAO+DE+VAGAS.html

Remédio para paciente com aids está em falta no País

"Genérico Abacavir é usado por cerca de 3,7 mil pacientes com a doença.
Governo diz que fabricante não apresentou documentos necessários."


O abacavir, medicamento usado por cerca de 3,7 mil pacientes com aids, está em falta no Brasil. O problema teve início em dezembro, quando o Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais informou ter havido dificuldade na aquisição do medicamento. Naquela época, o programa aconselhou que médicos substituíssem temporariamente a indicação do remédio até que a situação se normalizasse - o que estava previsto para fevereiro.
"Nem todos os médicos e pacientes aceitaram fazer a substituição, por considerá-la inadequada. O problema também não foi resolvido no prazo previsto e agora a situação é esta: em todo o País encontramos casos de pacientes sem remédio", afirmou o presidente do Forum de ONG/Aids do Estado de São Paulo, Rodrigo Pinheiro. O fórum recomendou aos pacientes que procurassem a Justiça.
A diretora do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariangela Simão, admitiu que a falta do medicamento é lamentável. Ela informou que o desabastecimento é fruto de um problema na apresentação de documentos pela empresa fornecedora do genérico, a indiana Aurobindo.
A empresa já havia fornecido o medicamento, mas, dessa vez, documentos exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não foram apresentados no tempo correto. A expectativa, disse a diretora, é de que o remédio chegue ao País até dia 20 de abril. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .

Mais 5 estados aderem à ação contra a reforma da saúde nos EUA, diz Flórida

"Treze estados já haviam recorrido contra mudanças propostas por Obama.
Governo federal afirmou que recurso não terá sucesso."


 Mais cinco estados vão aderir ao grupo que está contestando judicialmente a reforma na saúde nos EUA, informou nesta quarta-feira (7) o procurador-geral da Flórida.
 "Damos boas vindas a Indiana, Dakota do Norte, Mississippi, Nevada e Arizona", disse Bill McCollum.
 A ação havia sido iniciada por 13 estados em 23 de março, minutos depois de o presidente Barack Obama sancioná-la.
O processo argumenta que a reforma viola os direitos e a soberania dos estados, garantidos pela Constituição dos Estados Unidos.
Na época, a Casa Branca afirmou que a ação não seria bem-sucedida.
O processo diz que a lei -- que amplia o plano de saúde do governo para os pobres, impõe novos impostos sobre os ricos e requer que seguradoras cubram pessoas com doenças pré-existentes -- viola a cláusula comercial da Constituição ao exigir que quase todos os norte-americanos possuam um seguro de saúde.
Autoridades estaduais também disseram que a proposta de lei assinada por Obama pouco depois do meio-dia contrariava a Décima Emenda da Constituição dos EUA, que diz: "Poderes não delegados aos Estados Unidos pela Constituição, nem proibidos por ela aos Estados, são reservados aos Estados."
Além de McCollum, os procuradores-gerais da Carolina do Sul, Nebrasca, Texas, Utah, Alabama, Colorado, Michigan, Pensilvânia, Washington, Idaho e Dakota do Sul aderiram ao processo, segundo comunicado do governo da Flórida.
James Caldwell, procurador-geral democrata de Louisiana, também defendeu a causa. Esperava-se que o procurador-geral republicano de Virgínia abrisse um processo separado contra a lei aprovada pelo Congresso, majoritariamente democrata.

Bebê gordinho pode não ser tão fofo assim, afirmam cientistas

"Porcentagem de crianças entre 2 e 5 anos que são obesas cresceu 150%.
Ideia de que bebê grande é saudável deve ser repensada, diz médica."


As escolas já proíbem salgadinhos, emitem boletins de obesidade e reservam espaço nas cantinas para saladas. Recentemente, a campanha da primeira-dama americana Michelle Obama para acabar com a obesidade infantil prometeu reformular o almoço das escolas e colocar os jovens para se mexer. Fabricantes de bebidas afirmaram ter reduzido em quase 90% o alto número de calorias fornecidas às escolas nos últimos cinco anos.
No entanto, uma nova pesquisa sugere que intervenções direcionadas a crianças em idade escolar podem ser tardias.
 Cada vez mais evidências apontam para eventos muito cedo na vida – quando a criança ainda é pequena, bebê e até mesmo antes do nascimento, no útero da mãe – que podem colocar os pequenos numa trajetória em direção à obesidade muito difícil de ser alterada quando chegam ao jardim de infância. A evidência não é extremamente sólida, mas sugere que esforços preventivos devem começar mais cedo.
 Algumas intervenções precoces já são amplamente praticadas. Médicos recomendam que mulheres acima do peso percam peso antes da gravidez, em vez de depois, para reduzir o risco de obesidade e diabetes no filho; a amamentação também é recomendada para diminuir o risco de obesidade.
 Porém, restrições de peso ou dieta em crianças pequenas têm sido evitadas. “Antes, era um tabu classificar uma criança com menos de 5 anos como acima do peso ou obesa, mesmo que a criança o fosse”, diz Elsie Taveras, da Faculdade de Medicina de Harvard, principal autora de um artigo recente sobre disparidades raciais em fatores de risco precoces. “A ideia era que isso estigmatizava demais a criança.”
 A nova evidência “questiona se nossas diretrizes nos últimos dez anos foram suficientes”, diz Elsie. “Não que estivéssemos errados – obviamente, é importante melhorar o acesso a alimentos saudáveis em escolas e aumentar os exercícios físicos. Mas isso pode não ser suficiente.” Grande parte da evidência vem de um estudo incomum de longo prazo de Harvard, liderado por Matthew Gillman, que tem acompanhado mais de 2 mil mulheres e bebês desde o estágio inicial da gravidez.
 Assim como as crianças e os adolescentes, os bebês e as criancinhas pequenas estão engordando. Uma em cada dez crianças com menos de 2 anos de idade está acima do peso. A porcentagem de crianças entre 2 e 5 anos que são obesas aumentou de 5% em 1980 para 12,4% em 2006.

Efeitos duradouros
No final do ano passado, um comitê de estudo do Instituto de Medicina foi encarregado, pela primeira vez, de desenvolver recomendações de prevenção à obesidade especificamente para o grupo de crianças de 0 a 5 anos. O relatório, que deverá sair em 18 meses, analisará o papel do sono e dos primeiros padrões de alimentação, assim como a atividade física.
 “Todo mundo tem apontado para esse primeiro período, afirmando que aparentemente ocorre algo ali que tem efeitos duradouros na vida da criança”, afirma Leann Birch, diretora do Centro para a Pesquisa de Obesidade Infantil da Universidade Estadual da Pensilvânia e líder do comitê.
 Cientistas como Leann temem o que se chama de mudanças epigênicas. Os genes herdados da mãe e do pai podem ser ativados e desativados, e a força de seus efeitos pode ser mudada por condições ambientais nas primeiras fases do desenvolvimento. Muitos médicos estão preocupados com mulheres obesas e pouco saudáveis antes da gravidez porque o útero da mãe é o primeiro ambiente do bebê.

Ponto de saciedade reconfigurado
Um dos estudos mais convincentes sobre a relação entre diabetes gestacional na mãe e diabetes no filho foi realizado quase dez anos atrás com índios pima, da América do Norte. Irmãos nascidos depois que a mãe desenvolveu diabetes tipo 2 tiveram um IMC (índice de massa corpórea) mais alto durante toda a infância e tiveram quase quatro vezes mais probabilidade de desenvolver diabetes, em comparação a irmãos nascidos antes do diagnóstico.
 “O ambiente intrauterino de uma mulher com diabetes nutre em excesso o feto”, diz a principal autora do estudo, Dana Dabelea, epidemiologista da Faculdade de Saúde Pública do Colorado. Ela acrescenta que isso “reconfigura o ponto de saciedade do filho e o predispõe a comer mais”.
 Especialistas afirmam que a mudança pode exigir o abandono de alguns valores culturais. “A ideia de que um bebê grande é saudável, a ideia de que um bebê que chora provavelmente está com fome e deve ser alimentado, são coisas que precisamos repensar”, desafia Leann.


Exercícios na gravidez geram bebês mais magros, diz estudo

Mães podem melhorar saúde futura de crianças com atividades leves regulares.

Grávidas que praticam exercícios leves durante a gestação podem melhorar a saúde futura da criança ao gerar bebês menos gordos, segundo estudo realizado conjuntamente por médicos americanos e neozelandeses e divulgado na edição de março da publicação científica "Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism".
 Uma redução modesta no peso do recém-nascido pode trazer benefícios a longo prazo para a saúde da criança
Os pesquisadores das universidades de Auckland e do norte do Arizona analisaram 84 mulheres que passavam por suas primeiras gestações.
Eles pediram para que metade delas se exercitasse semanalmente por 40 minutos em bicicletas, até a 36ª semana de gravidez.
Em média, as mulheres que se exercitaram geraram crianças um pouco mais leves do que as de mães que não se exercitaram.
 
Chances maiores
Os pesquisadores disseram que o exercício não influenciou no tamanho dos bebês, apenas reduziu sua quantidade de gordura.
A prática também não interferiu na reação das mães ao hormônio insulina, um mecanismo necessário na gravidez para assegurar que o feto seja alimentado adequadamente.
"Levando em conta que um peso maior ao nascimento é associado com maior risco de obesidade, uma redução modesta no peso do recém-nascido pode trazer benefícios a longo prazo para a saúde da criança", disse Paul Hofman, médico que liderou a pesquisa.
O estudo se soma a evidências cada vez maiores de que o metabolismo de uma criaça no futuro é influenciado pelo seu ambiente na placenta e que bebês mais pesados em relação à sua altura têm chances maiores de tornarem-se obesos.
Muitos médicos recomendam que as grávidas não se alimentem em demasia e pratiquem exercícios leves regularmente.

Anvisa proíbe no Brasil implantes de silicone que se rompem com facilidade

"Quem usa essas próteses deve procurar médico, diz agência.
Na semana passada, produtos foram proibidos na França."


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o comércio de próteses de silicone da marca Poly Implant Prothese (PIP) em todo o território nacional. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (5), a agência informa que a decisão foi tomada após um alerta Agência Francesa de Saúde, que detectou um aumento no número de casos de rompimento das próteses desse fabricante. 
 Na última quarta-feira (30), as autoridades de saúde francesas recolheram próteses da PIP do mercado alegando que elas eram feitas de um tipo de silicone fora da especificação recomendada, e que isso estaria causando o rompimento precoce da cápsula que envolve o produto.
No Brasil, os dois produtos suspensos são o Implante Mamário Preenchido de Gel de Alta Rotação Coesividade e o Implante Mamário Preenchido de Gel de Alta Coesividade.
Segundo o aviso publicado pela Anvisa, quem usa esses dois produtos não precisa substituí-los imediatamente. “Não existem razões que justifiquem a remoção e substituição preventivas dessas próteses, a não ser que uma ruptura efetiva seja identificada.”
A agência também informa que as pessoas que utilizam implantes da PIP devem visitar seu médico para saber se são necessários exames para verificar as condições da prótese, já que seu rompimento só pode ser verificado por meio de exames clínicos.

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1557531-5603,00-ANVISA+PROIBE+NO+BRASIL+IMPLANTES+DE+SILICONE+QUE+SE+ROMPEM+COM+FACILIDADE.html

Pesquisadores americanos descobrem vírus 'invisível'

"Citomegalovirus está difundido entre população e geralmente é inofensivo.
Ele pode ser perigoso quando sistema imunológico está debilitado."


Pesquisadores americanos descobriram um vírus "invisível", chamado "citomegalovirus", capaz de neutralizar os sistemas de alerta imunitário, revela um estudo publicado nesta quinta-feira.
O "citomegalovirus" está amplamente difundido entre a população e geralmente é inofensivo, mas ameaça as pessoas com sistema imunológico debilitado, o que pode ser fatal.
"O citomegalovirus pertence a um pequeno grupo de vírus capazes de reinfectar indivíduos já infectados" pelo mesmo vírus, explica o doutor Louis Picker, do Centro Nacional de Pesquisa dos Primatas, no Oregon (OHSU), e principal autor do trabalho que será publicado na revista americana "Science" em 2 de abril.
"Quando a maior parte dos vírus infecta um indivíduo, seu sistema imunológico memoriza a infecção e desenvolve imunidade, como no caso da varíola, da gripe e de várias outras doenças virais".
É também a razão pela qual as cepas debilitadas ou mortas destes vírus permitem elaborar vacinas contra estes patógenos, explica Picker. Mas no caso do citomegalovirus, o sistema imunitário não desenvolve anticorpos, o que lhe permite voltar a infectar a mesma pessoa.
Estudos realizados na OHSU com primatas infectados pelo citomegalovirus mostraram que este vírus é capaz de enganar um mecanismo chave de alerta do sistema imunitário que aciona os linfócitos T, glóbulos brancos que destroem as células infectadas.
As células infectadas têm pequenas moléculas em sua superfície que assinalam a infecção ao linfócito T, mas os citomegalovirus enganam este sistema de alerta produzindo genes que perturbam estas moléculas e neutralizam o alarme sobre o ataque à célula, destaca a pesquisa.
Os citomegalovirus infectam entre 50 e 80% da população americana até os 40 anos.


http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1554376-5603,00-PESQUISADORES+AMERICANOS+DESCOBREM+VIRUS+INVISIVEL.html

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