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Gene pode impedir disseminação de câncer pela boca, diz estudo



Um estudo da Universidade de Illnois em Chicago, nos Estados Unidos, aponta que o controle do gene microRNA-138 pode ser responsável por impedir o avanço do câncer em células da língua, conforme divulgado nesta sexta-feira (23).
O trabalho será publicado na edição de agosto do International Journal of Cancer. Versões menores do RNA, os microRNAs são tidos como estimuladores de vários tipos de câncer, segundo afima o professor Xiaofeng Zhou, coordenador do estudo.
Com o controle dos níveis do gene microRNA-138, a habilidade de se espalhar de carcinomas no epitélio da língua é comprometida, de acordo com a pesquisa liderada pela equipe de Zhou.
Mais de 90% dos casos de câncer orais são carcinomas nas células do epitélio, normalmente originados na língua, no "chão" da boca e nas gengivas. Cerca de 30 mil norte-americanos desenvolvem a doença anualmente, segundo dados da American Cancer Society.
 
                            Conhecimento limitado


Para o especialista, o câncer na boca é uma doença pouco compreendida e mal tratada. Nos últimos cinco anos, novos tipos da doença aumentaram 8% nos Estados Unidos. Já os casos de câncer na boca subiram 21% no mesmo período, com 37% de aumento para carcinomas no epitélio da língua.
Ao considerar os óbitos, os números são mais alarmantes. Enquanto as mortes em decorrência de câncer baixaram desde 2005 até o presente, os casos relacionados com câncer de boca subiram 4%. Carcinomas na língua levaram 10% a mais pessoas à morte do que há cinco anos.
Zhou acredita que mais pesquisa é necessária. "Nosso conhecimento de aberrações ligadas com genes não codificantes e a contribuição deles para o início e o desenvolvimento de câncer é muito limitado", diz o especialista.

fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/07/gene-pode-impedir-disseminacao-de-cancer-pela-boca-diz-estudo.html

Sintomas da Gripe

Inicialmente, a gripe se parece com um resfriado comum, com congestão nasal, coriza, espirros e dor de garganta. Mas resfriados normalmente se desenvolvem lentamente, ao passo que a gripe tende a começar repentinamente. Geralmente um resfriado causa apenas um mal-estar. Na gripe, os sintomas são bem piores e a pessoa se sente muito mal.

Os sinais e sintomas mais comuns da gripe são:

  • Febre com temperatura superior a 38°C em adultos. Em crianças, a febre pode ser alta, com temperaturas de 39,5°C a 40,5°C.
  • Suor e calafrios.
  • Dores de cabeça.
  • Tosse seca.
  • Dores musculares, especialmente nas costas, braços e pernas.
  • Fadiga e fraqueza.
  • Congestão nasal.
  • Perda de apetite.
  • Diarréia e vômito em crianças.
 Em casos onde haja piora dos sintomas com tosse com catarro, febre alta e dor torácica (ou nos pulmões) ao respirar, isto pode indicar a presença de uma pneumonia. Nestes casos, procure um médico o mais breve possível.



fonte de pesquisa:http://www.bancodesaude.com.br/

O Albinismo

    
    São indivíduos que não possuem a pigmentação que dá cor as partes externas do corpo. Nos seres humanos normais esse pigmento, chamado melanina, é produzido na camada celular profunda da pele e se espalha para as camadas superiores visíveis. Para que isso aconteça é necessário a ajuda de uma enzima, a tirosinase. Por um erro na formação genética dos albinos, eles não possuem o gene que dá a ordem ao organismo para produzir essa enzima e assim não há produção da melanina, que além de dar cor, protege o corpo contra os males da radiação solar. Por isso, o albino é muito mais sensível a radiação dos raios ultravioleta. 

Graus de albinismo

O albinismo completo se apresenta quando a carência da substância corante se percebe na pele, no cabelo e nos olhos, sendo conhecido como albinismo oculo-cutâneo ou tiroxinase-negativo. Estes indivíduos apresentam a pele e os pêlos de cores branca, e os olhos de tom rosado. Sofrem de transtornos visuais, fotofobia, movimento involuntário dos olhos (nistagmus) ou estrabismo e, em casos mais severos, podem chegar à cegueira. A exposição ao sol não produz o bronzeamento, além de causar queimaduras de graus variados.
No albinismo ocular, uma versão menos severa deste transtorno, apenas os olhos são afetados. Nesta variedade do albinismo a cor da íris pode variar de azul a verde e, em alguns casos, castanho-claro - e cuja detecção se dá mediante exame médico. Nestes casos a fóvea (responsável pela acuidade visual, no olho) tende a desenvolver-se menos, pela falta da melanina, que cumpre um papel central no desenvolvimento do olho, nos fetos.
Os filhos da lua
Os albinos sofrem conseqüências devido a falta de proteção contra a luz solar especialmente na pele e nos olhos. Assim muitos preferem a noite para desenvolvimento de suas atividades, daí o nome filhos da lua. Muitos albinos humanos sofrem dificuldades de adaptação social e emocional. 

Transmissão

O albinismo é hereditário, e transmite-se de três formas distintas:
  1. Autossómica recessiva;
  2. Autossómica dominante, e
  3. Ligado ao cromossomo X, quando afecta apenas indivíduos do sexo masculino.

Cientistas identificam sinais genéticos da longevidade



Pesquisa analisou genoma de mais de mil pessoas com cem anos ou mais.
19 características específicas são relacionadas à longevidade excepcional
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Cientistas identificaram um conjunto de variações genéticas que permitem prever com 77% de sucesso se uma pessoa tem chances de viver mais de 100 anos, segundo estudos publicados esta quinta-feira (1).
Depois de analisar o genoma de mais de mil pessoas com cem anos ou mais, médicos e estatísticos descobriram 150 características genéticas particularmente frequentes nas pessoas que têm uma longevidade excepcional em comparação com o resto da população.
Os centenários são um exemplo ideal de envelhecimento, pois desenvolvem doenças relacionadas com a idade, como câncer, problemas cardiovasculares e demência muito depois dos 90 anos, destacaram os autores da pesquisa, publicada na revista "Science".
A equipe de cientistas conseguiu isolar 19 características genéticas específicas relacionadas à longevidade excepcional que caracterizam 90% dos centenários examinados.


fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/07/cientistas-identificam-sinais-geneticos-da-longevidade.html

Campanha contra H1N1 acaba, mas cidades podem estender vacinação

O Ministério da Saúde emitiu nesta quarta-feira (2) uma recomendação aos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde para que os municípios continuem a vacinar contra a gripe H1N1 crianças acima de 2 anos e abaixo de 5 e adultos entre 30 e 39 anos. A campanha nacional de vacinação contra a gripe H1N1 foi encerrada nesta quarta.
O ministério pretende usar a campanha nacional contra a pólio, no próximo dia 12, para aumentar a vacinação na faixa etária de 2 a 5 anos, a mesma que vai ser imunizada contra a paralisia infantil. A vacinação de adultos entre 30 e 39 anos no mesmo dia será uma decisão de cada município.


Essas duas faixas etárias ficaram abaixo da meta de vacinação do ministério. Na faixa de 30 a 39 anos, foram atingidos 60% do público-alvo (17,5 milhões de vacinados) e na de 2 a 5 anos, foram atingidos apenas 10% (1 milhão de vacinados). A meta do ministério era imunizar pelo menos 80% de todos os públicos-alvo da campanha.
De janeiro a 8 de maio do ano passado, foram registradas 540 internações e 64 mortes em decorrência da gripe H1N1 –segundo o ministério, 18% dos casos graves e 30% dos óbitos foram em gestantes. Por conta disso, o ministério recomenda que gestantes procurem um posto para tomar a vacina, em qualquer momento da gravidez.

fonte: http://g1.globo.com/especiais/virus-a-h1n1/noticia/2010/06/campanha-contra-h1n1-acaba-mas-cidades-podem-estender-vacinacao.html

Dia Mundial sem Tabaco discute os riscos do fumo para as mulheres

No Dia Mundial sem Tabaco, comemorado nesta segunda-feira (31), o Ministério da Saúde em parceria com as Secretarias Estaduais de Saúde realizam uma grande campanha de combate ao tabagismo, cujo tema "Tabaco e Gênero" será focado especificamente no tabagismo feminino.

O objetivo central da campanha é chamar a atenção do mundo sobre a epidemia e às doenças e mortes que estão relacionadas a ela, além de mobilizar os profissionais da saúde para que fortaleçam a sua participação social no controle do tabagismo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o fumo é uma das principais causas de morte evitável hoje no planeta. Cerca de cinco milhões de pessoas morrem por ano devido ao tabagismo e caso as estimativas de aumento do consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos se confirmem, esse número aumentará para mais de 8 milhões de mortes anuais por volta de 2030, dos quais 2,5 milhões serão do sexo feminino.
Um terço da população mundial adulta, cerca de 1,3 bilhão de pessoas, fuma. Nos países em desenvolvimento, os fumantes somam 48% dos homens e 7% das mulheres, enquanto nos desenvolvidos, a participação do sexo feminino triplica, num total de 42% de homens e 24% de mulheres fumantes. No Brasil, os dados do Ministério da Saúde mostram que 18,8% da população são fumantes, sendo que do total da população brasileira, 22,7% dos fumantes são homens e 16% são mulheres. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 40% das mortes de mulheres com menos de 65 anos são causadas pelo consumo de tabaco.  

A preocupação do tabagismo para jovens também é grande. A OMS estima que, a cada dia, 100 mil crianças tornam-se fumantes em todo o planeta. O cigarro é a segunda droga mais consumida pelos jovens brasileiros e, anualmente, 200 mil morrem por causa doenças associadas ao tabaco, como câncer do pulmão e doenças cardiovasculares. "Apesar de o Tabagismo ser uma doença cada vez mais divulgada no mundo todo, assim como os malefícios provocados por ela, os jovens de hoje ainda procuram o cigarro. O início do tabagismo acontece até os 19 anos de idade (90% dos casos) e é mais frequente de 10 a 15 anos de idade", diz a psicóloga Silvia Cury. 
Campanha aborda a saúde da mulher
O tema escolhido para a campanha deste ano, "Gênero e tabaco com ênfase no marketing para mulheres", aborta como a indústria de tabaco busca estratégias de marketing para aumentar a comercialização de seus produtos entre o sexo feminino.

Na última pesquisa do Ministério da Saúde realizada em parceria com o IBGE, em 2008, revela que, embora o número de fumantes venha caindo, a redução de prevalência entre as mulheres foi menor do que entre os homens. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, em algumas regiões do país, as jovens estão experimentando cigarros com maior frequência do que meninos, e o marketing desses produtos contribui muito para esse dado.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que o tabagismo seja responsável por 40% dos óbitos nas mulheres com menos de 65 anos e por 10% das mortes por doença coronariana nas mulheres com mais de 65 anos de idade. Uma vez abandonado o cigarro, o risco da doença cardíaca começa a decair após um ano, reduz-se à metade e, após dez anos, atinge o mesmo nível de quem nunca fumou.

Os efeitos do tabagismo possuem algumas peculiaridades no organismo das mulheres. Estudos realizados pela Universidade de Missouri (EUA) comprovaram que a fertilidade é menor em mulheres que fumam. Além disso, o fumo pode antecipar a menopausa e aumentar as chances de osteoporose nas mulheres nessa fase.

A aceleração do metabolismo e o consequente emagrecimento, provocado pelo cigarro, geralmente constitui uma barreira para mulheres deixarem o vício. Porém, esse mito de que fumar emagrece foi derrubado pelos pesquisadores da Universidade de Navarro, na Espanha. Muito pelo contrário, os cientistas analisaram o índice de massa corporal e os níveis de atividades físicas de mais de 7,5 mil pessoas e chegaram a conclusão de que aqueles que fumavam ou que eram ex-fumantes engordaram muito mais num período de quatro anos, em comparação aos não-fumantes.  
Perigos ocultos do tabagismo
Além dos riscos aumentados de câncer de pulmão, de boca e de diabetes, o tabagismo pode causar muitos outros problemas menos conhecidos. Cientistas do Brain Research Center, da Índia, descobriram uma ligação direta existente entre tabagismo e danos cerebrais. Um composto do cigarro, chamado NNK, desencadearia uma resposta exagerada do cérebro a partir de células imunes no sistema nervoso central, fazendo com que os glóbulos brancos, que normalmente eliminam células danificadas, passem a atacar células saudáveis, resultando em graves danos neurológicos.

Sem contar que a nicotina faz com que o organismo dos fumantes produza menos colágeno, substância responsável pelas fibras elásticas da pele, fazendo com que a aparência fique mais comprometida, com flacidez e rugas precoces.

O tabagismo não é prejudicial apenas para quem fuma. Dados da Universidade de York, no Reino Unido, mostraram que mulheres que fumam na gravidez têm maior risco de ter um filho hiperativo e com problemas de atenção na escola. Outro estudo, feito pela Universidade de Brock, no Canadá, mostrou que a fumaça do cigarro dos outros está por trás de 40% dos casos de sinusite crônica nos Estados Unidos. 

fonte: http://msn.minhavida.com.br/conteudo/11371-Dia-Mundial-sem-Tabaco-discute-os-riscos-do-fumo-para-as-mulheres.htm

Médicos querem criar agência para regular uso medicinal da maconha


Começa nesta segunda-feira (17), em São Paulo, um encontro científico internacional para discutir a criação de uma agência reguladora para o uso medicinal da maconha no Brasil. Hoje, o país não permite que os princípios ativos da planta possam se transformar em remédios.
A fundação de um órgão desse tipo é uma exigência da Organização das Nações Unidas. Em países como os EUA, Canadá, Reino Unido e Holanda, a Cannabis já é usada como analgésico, estimulador do apetite ou para o controle de vômitos.
Aqui, o grande defensor de terapias com a maconha é o médico Elisaldo Carlini, que organizou o evento. Segundo ele, as substâncias presentes na planta são muito úteis para serem deixadas de lado. "Há centenas de trabalhos científicos mostrando os efeitos terapêuticos da maconha", afirma.
De acordo com o médico, não é de hoje que se conhece o efeito benéfico da droga. A prova de sua afirmação está em um livro de medicina de 1888, comprado por seu avô, onde a Cannabis constava como remédio.
Carlini, porém, não é favorável à liberalização da maconha para uso recreativo, e nem se encaixa no estereótipo "bicho-grilo", muitas vezes associado aos usuários da droga.
Professor de medicina na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ele tem 79 anos e já foi chefe da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, a atual Anvisa. Hoje, dirige o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) e é membro do comitê de peritos da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre álcool e drogas.
Confira, abaixo, trechos da conversa que o G1 teve com o médico da Unifesp.
G1 - As substâncias químicas da maconha são tão importantes para a medicina a ponto de haver esse esforço para a criação de uma agência reguladora?
Elisaldo Carlini - Essas substâncias estão reconquistando uma posição que elas tinham no início do século XIX e no início do século XX, quando a maconha era considerada quase uma divindade na neurologia para tratamento das dores de origem nervosa.
O próprio Dr. John Russell Reynolds, que era médico da Rainha Vitória na Inglaterra no fim do século XIX, dizia que a maconha, quando administrada na dose adequada - e o produto controlado nas suas qualidades -, era um dos medicamentos mais preciosos.
Depois se perdeu totalmente essa visão, e a maconha foi considerada uma droga maldita, uma droga que a ONU coloca como especialmente perigosa, ao lado da heroína, o que é uma coisa totalmente irreal.
G1 - Não se corre o risco de esses remédios serem usados para "fins recreativos"?
Elisaldo Carlini - Se não houver os devidos cuidados, pode acontecer. É como a morfina, que está disponível, todos os pacientes têm o direito de ter, mas que não deve ficar "à solta", não se pode ter na prateleira de uma farmácia sem maiores cuidados. Terá que haver uma legislação que garanta o controle adequado, como existe na morfina.
Em alguns países onde o delta-9-THC [uma das substâncias da maconha] está sendo comercializado, não há exemplo de desvio. Nesses casos, o fato de a maconha ter se transformado em medicamento tirou um pouco o encanto, o desafio às regras que é muito comum o jovem querer praticar.
G1 - Os pacientes podem ficar dependentes desses remédios?
Elisaldo Carlini - A OMS fez um estudo mundial para investigar casos de dependência causados pelo delta-9-THC e não conseguiu encontrar.
G1 - Como é possível pesquisar maconha no Brasil, já que a venda da droga é proibida?
Elisaldo Carlini - É complicado. Você tem de fazer um projeto que seja aprovado pela sua universidade, onde o comitê de ética opina. Aí é necessário conseguir uma aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e também da Anvisa, que tem de aprovar o projeto para liberar a droga. Então a droga tem de ser importada dos Estados Unidos, da Alemanha, onde há cultivo legal. E o governo dos países que vão exportar para o Brasil têm de aprovar, também.
G1 - Você é a favor da liberalização da maconha?
Elisaldo Carlini - Sou a favor da "despenalização". Eu acho que o enfrentamento do uso de qualquer droga não passa por repressão e prisão. Passa por uma educação em que o indivíduo tem de saber o que ele está fazendo. Já esse "liberou total" que estão querendo não traz benefício nenhum. Eu, particularmente, não sou a favor. Mas eu não sou contra a discussão desse assunto.

Um gene antirracismo?

O preconceito pode parecer inevitável. Mesmo indivíduos que se autodefinam como não racistas mostram evidências de racismo inconsciente, implicando que o racismo teria base social ou biológica. Mas foi mostrado em um artigo publicado recentemente que um grupo de pessoas parece não formar estereótipos raciais (Santos, A. e colegas, Current Biology, 2010).
A síndrome é rara, causada por uma mutação genética, removendo 25 a 30 genes do cromossomo 7. Como diversas outras doenças raras, a síndrome talvez não chamasse tanta atenção, não fossem as consequências comportamentais que os portadores dessa mutação apresentam. Crianças com a síndrome de Williams são demasiadamente amigáveis, hiper-sociais e apresentam um interesse demasiado em pessoas desconhecidas. “Todas as pessoas do mundo são meus amigos” – frase que se costuma usar para caracterizar crianças com essa síndrome.
Isso porque não apresentam bloqueios sociais ao entrar em contato com estranhos. A razão disso já foi discutida numa coluna anterior e está relacionada à Teoria da Mente (capacidade que temos de imaginar o que o outro estaria pensando). Esse defeito acontece durante o desenvolvimento, e as razões neuronais ainda são obscuras.
O estudo em questão mostra que essas crianças não desenvolvem atitudes negativas contra outros grupos étnicos, mesmo apresentando atitudes estereotipadas comuns a crianças normais da mesma idade. Essa parece ser a primeira evidência sugerindo que diferentes tipos de estereótipos e preconceitos podem ser biologicamente distintos.
Indivíduos adultos com a síndrome de Williams apresentam atividade neuronal anormal numa estrutura cerebral conhecida como amígdala. Essa região está envolvida com a resposta a ameaças sociais, acionando inconscientemente respostas emotivas negativas contra outras etnias. Tendências racistas estão associadas ao medo: adultos são mais propensos a associar objetos negativos ou eventos repulsivos (por exemplo, choques elétricos) a pessoas de outras etnias. Mas de acordo com esse último estudo, seria o medo social que levaria ao preconceito. Uma perspectiva com sérias implicações, sem dúvida. Poderíamos sugerir, por exemplo, intervenções para reduzir o medo social como alternativa contra o preconceito. Mas será que existem evidências suficientes na pesquisa para garantir essa conclusão?
O trabalho consistiu em mostrar imagens de pessoas a 20 crianças de 5 a 16 anos portadoras da síndrome de Williams e outras 20 crianças normais (grupo controle), com mesma faixa etária. Todas de origem europeia e de pele branca. O primeiro teste consistia em pedir para os dois grupos de crianças escolherem as imagens relacionadas com atividades geralmente associadas a homens ou mulheres, como por exemplo, brincar com bola ou bonecas. Os dois grupos mostraram o mesmo tipo de tendência estereotipada, associando figuras de meninos com a bola e figuras de meninas com bonecas.
As crianças também ouviram historinhas sobre os personagens das figuras, descrevendo atributos negativos, como sendo teimosos ou sujos, ou atributos positivos, como bonitos e inteligentes. Pediu-se para as crianças associarem os tipos de histórias com imagens de pessoas de pele clara ou escura. Um exemplo de história consistiu em: “Havia dois meninos, um deles era muito amoroso. Quando viu que o gatinho caiu no lago, o menino salvou o animal, evitando que ele se afogasse. Qual é o menino gentil e amoroso?”
Crianças-controle, sem síndrome de Williams, consistentemente associam características positivas a indivíduos de pele clara e características negativas aos de pele escura. Infelizmente, esses dados confirmam resultados anteriores feitos tanto em crianças claras como em negras. No entanto, as crianças portadoras da síndrome de Williams não mostraram nenhum tipo de bias (preconceito). A conclusão óbvia é que o medo social não é necessário para estereótipos sexuais mas é importante para o estabelecimento de preconceitos étnicos.
O dado é extremamente interessante, mas existem alguns detalhes que podem influenciar as conclusões dos pesquisadores. Os pacientes com síndrome de Williams têm outros tipos de problemas, como retardo mental e reduzida capacidade de aprendizado, que podem interferir com as escolhas feitas pelas crianças. Apesar do grupo ter escolhido participantes com QI e nível socioeconômicos parecidos, as crianças com Williams possuem experiências de vida bem diferentes de crianças normais. Até certo ponto, todas as crianças são expostas a modelos baseados em sexo pelo convívio com os pais, mas nem todas têm a chance de refletir sobre a questão do racismo. A exposição reduzida das crianças com Williams a estereótipos racistas pode ser uma outra forma de interpretar os resultados do grupo.
Além disso, o estudo não responde se o preconceito tem bases genéticas predeterminadas ou é baseado em experiência prévia. Alterações genéticas podem fazer alguém nascer sem as mãos e por isso ser incapaz de tocar piano. Não podemos inferir que exista uma base genética para tocar piano nesse caso. Com esse trabalho, a mesma coisa. Para examinar o papel da experiência prévia o grupo poderia, por exemplo, encontrar crianças que foram criadas por pais do mesmo sexo. De qualquer forma, o trabalho precisa ser replicado em grupos maiores e com outras faixas etárias.
O que parece ser um fato é que preconceitos e estereótipos diferentes podem ser biologicamente discriminados. Se isso é por causa de genes, ambiente ou uma complicada interação entre ambos, é uma questão cuja resposta ainda está por vir.

http://colunas.g1.com.br/espiral/

Cientistas de Harvard, nos EUA, declaram 'guerra' ao sal de cozinha

"Ingerido em excesso, cloreto de sódio causa pressão alta.
Veja dicas de como diminuir o sal na alimentação."

 

Especialistas da Universidade de Harvard, nos EUA, lançaram uma campanha para que os americanos diminuam o consumo de sódio, mineral presente em vários alimentos e principal componente do sal de cozinha, o cloreto de sódio.
“Há evidências esmagadoras de que devemos tratar a redução de sódio como um problema crítico de saúde pública, assim como fizemos quando descobrimos os males causados pela gordura trans", afirma Walter Willett, presidente do departamento de nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard.
Segundo um relatório do Instituto de Medicina dos EUA divulgado na última terça-feira (20), o sódio é o maior culpado pela epidemia de hipertensão que assola o país. O estudo aponta que a doença pode começar na infância e irá afetar nove entre dez americanos ao longo de suas vidas.
Além de pedir regras nacionais para estabelecer uma quantidade máxima de sal nos alimentos industrializados, os cientistas publicaram várias dicas de como diminuir o consumo do mineral no dia a dia. Confira algumas delas:
1. Diminua suas porções: assim você reduzirá o sódio e as calorias. Uma regra básica é a de que, quanto mais calorias uma comida têm, mais sódio ela terá.
2. Hortifruti primeiro: encha metade do prato com frutas e vegetais, que têm pouco sódio.

3. Prefira os frescos: alimentos naturais, que não foram industrializados, contêm menos sal.
4. Diminua sem perceber: a maioria das pessoas não consegue detectar uma redução de até 25% do sal na comida.
5. Retire o sal aos poucos: seu paladar vai se acostumando à falta do mineral.
6. Fique de olho na etiqueta: procure por comidas que tenham menos de 300 miligramas de sódio por porção.
7. Abuse dos temperos: pimenta, vinagre, raízes e ervas podem dar sabor aos alimentos sem necessidade de salgá-los.
8. Toste, queime, asse: o jeito certo de cozinhar pode ajudá-lo a manter o sódio longe da mesa.
9. Enxague, lave e dilua: você pode cortar um pouco do excesso de sal dos alimentos industrializados sem prejudicar o sabor da comida.
10. Evite o "sal automático": prove os alimentos antes de ir buscar o saleiro.

 http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/04/cientistas-de-harvard-nos-eua-declaram-guerra-ao-sal-de-cozinha.html

Imunização contra H1N1 poderá ser prorrogada em alguns postos

"Ministério recomendou que locais de vacinação abram neste sábado (24).
Funcionamento, contudo, fica a critério de estados e municípios."

 

Quem perdeu o prazo para se imunizar contra a gripe A (H1N1) poderá ganhar mais um dia para se proteger. O Ministério da Saúde recomendou, nesta quinta-feira (22), que estados e municípios abram seus postos no próximo sábado (24) e permitam que os convocados em etapas anteriores da vacinação possam ser atendidos.
A abertura desses postos, contudo, ficará a critério de cada prefeitura ou governo estadual. O ministério recomenda que as pessoas procurem a secretaria de saúde de sua cidade para saber se locais de vacinação estarão abertos.
Os grupos que já deveriam ter se imunizado e que poderão fazê-lo no sábado são as gestantes, crianças de seis meses a menores de dois anos, doentes crônicos e jovens saudáveis de 20 a 29 anos – estes últimos, pelo calendário original, têm até sexta-feira (23) para se vacinar.
No sábado começa o período de vacinação da nova gripe para as pessoas com mais de 60 anos com doenças crônicas, que têm até o dia 7 de maio para ir aos postos de vacinação. Nos estados das regiões Norte e Sul eles também receberão imunização contra a gripe comum.
A vacinação de pessoas que têm entre 30 e 39 anos está prevista para o período entre 10 e 21 de maio. Segundo o ministério, até a tarde desta quinta-feira mais de 32 milhões de pessoas já haviam sido vacinadas contra a nova gripe.

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/04/imunizacao-contra-h1n1-podera-ser-prorrogada-em-alguns-postos.html

 

Grande exportador de implantes mamários é investigado por fraude

"Silicone se rompe com mais facilidade do que o esperado.
Anvisa já proibiu próteses da PIP no Brasil."


O fabricante francês de implantes mamários Poly Implant Prothese (PIP), que exportava 90% de sua produção e tinha clientes no Brasil, Venezuela, Argentina, Chile e Colômbia, entre outros países, está na mira da justiça por um caso inédito de fraude na composição de seu silicone.
As investigações abertas pela promotoria de Marselha, sul da França, se somou a uma primeira queixa apresentada por uma mulher em 2009 acusando os implantes de "colocar em perigo a vida do próximo".
A Poly Implant Prothese, que até há alguns anos era o número três do setor, sofreu um revés aparentemente irreversível nas últimas duas semanas.
No final de março, a Agência de Segurança Sanitária de Produtos de Saúde francesa (AFSSAPS) suspendeu o uso dos implantes mamários do gel de silicone desse fabricante e pediu sua retirada do mercado.
A autoridade de saúde baseou a decisão em uma frequência de ruptura do envoltório desses implantes mais elevada do que em outros produtos do gênero que também contém gel de silicone, e em reações inflamatórias locais. Aparentemente, a PIP usava um silicone diferente do declarado.
No geral, estes implantes têm uma vida de 10 anos. Segundo Jean Claude Ghislain, diretor de avaliação de dispositivos médicos da AFSSAPS, estas rupturas geralmente passam despercebidas por falta de sintomas, por isso a necessidade de que as mulheres que se submeteram a esse implante façam controles médicos periódicos.
Das 500.000 mulheres que se viram submetidas na França a implantes mamários com silicone - composição que voltou ao mercado em 2001 -, 30.000 delas utilizaram implantes fabricados pela sociedade Poly Implant Prothese.
Depois da recomendação da AFSSAPS de que as mulheres que usam implantes mamários dessa fábrica se submetam a uma ecografia anual, as autoridades sanitárias da Argentina e do Chile decidiram retirar o produto do mercado.

Falência
A abertura de uma instrução por parte da promotoria de Marselha coincide com a decisão do tribunal do Comércio de Tolón, também no sul da França, de declarar a empresa em falência.
Os 120 funcionários da Poly Implant Prothese reclamam de 10.000 a 15.000 euros de indenização e ameaçam atear fogo à fábrica que ocupam há duas semanas.

Novos testes podem confirmar eficácia de vacina contra câncer de pele

"Cientistas fazem 3ª etapa de testes com vacina contra herpes usada contra melanomas."

Cientistas dos Estados Unidos estão iniciando novos testes com uma vacina normalmente utilizada para combater o herpes e que mostrou ter efeitos positivos no tratamento do melanoma, o tipo mais perigoso de câncer de pele.
Os especialistas do centro médico da Rush University, em Chicago, já realizaram duas fases de testes com a vacina, chamada OncoVEX.
Na segunda fase, dos 50 pacientes submetidos ao tratamento, oito se recuperaram completamente do câncer, enquanto outros quatro tiveram uma reação positiva parcial e puderam se curar com uma cirurgia.
Pacientes com estágios avançados do câncer de pele costumam ter um prognóstico ruim de sobrevivência. Por isso, tal resultado foi considerado bom pelos cientistas.
"Atualmente existem poucas alternativas de tratamento para pacientes com melanoma avançado, nenhuma delas satisfatórias. Por isso oncologistas ficaram muito animados com os resultados obtidos", disse Howard Kaufman, diretor do programa de câncer da Rush University e chefe da equipe que realiza os testes.
 
Descoberta acidental
Cientistas descobriram que a OncoVEX tinha efeito sobre tecido canceroso quando a vacina foi acidentalmente aplicada em uma amostra de células de tumor.
A vacina inclui um vírus que foi modificado e convertido em um agente que atinge essas células sem afetar células saudáveis.
A droga também possui agentes biológicos que ajudariam a resposta do sistema imunológico ao melanoma.
Segundo, a Rush University, a vacina é injetada diretamente nas lesões.
"O que nos surpreendeu e incentivou foi o fato de a vacina ter funcionado não somente nas células injetadas, mas também em lesões em outras partes do corpo que não poderíamos alcançar", afirmou Kaufman.
"A vacina gerou uma resposta imunológica que circulou pela corrente sanguínea até locais remotos."
A terceira fase dos testes deve envolver 430 pacientes em todos os Estados Unidos. Cada um vai receber uma injeção nos tumores a cada duas semanas por até 24 sessões, e será acompanhado por dois anos.
O melanoma é o tipo mais raro, mas mais letal de câncer de pele, por causa da alta possibilidade de metástase.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer brasileiro, em 2008 houve uma média de aproximadamente 6 mil novos casos, entre homens e mulheres.

Cientistas descobrem conexão biológica entre estresse, ansiedade e depressão

"Grupo canadense criou inibidor molecular, testado em cobaias.
Distúrbios estão entre principais causas de doenças crônicas, diz OMS."


Cientistas da Universidade de Ontario Ocidental, no Canadá, identificaram pela primeira vez uma conexão biológica entre estresse, ansiedade e depressão. O grupo, liderado por Stephen Ferguson, demonstrou em artigo publicado na revista “Nature Neuroscience” como estresse e ansiedade podem levar à depressão.

O mecanismo de conexão descoberto envolve a interação entre o receptor de fator de liberação de corticotropina 1 (CRFR1, cuja ativação leva à ansiedade em resposta ao estresse) e tipos específicos de receptores do neutrotransmissor serotonina (5-HTR, que induz ao estado depressivo). O CRFR1 atua no aumento do número de 5-HTR em superfícies de células no cérebro.
Os pesquisadores desenvolveram um inibidor molecular que, testado em camundongos, bloqueou o circuito. O inibidor ainda não chegou ao estágio de agente farmacológico eficaz para tratamento de humanos. A próxima fase da pesquisa vai tentar justamente alcançar esse patamar.
 “De acordo com a Organização Mundial da Saúde, depressão, ansiedade e outros distúrbios de comportamento estão entre as causas mais prevalentes de doenças crônicas. Ao explorar o potencial da biologia molecular, Ferguson e colegas mostraram novos caminhos que poderão se mostrar importantes para a melhoria das vidas de muitas pessoas que sofrem com esses problemas”, disse Anthony Phillips, diretor dos Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde, que financiou a pesquisa.
 O artigo “CRF receptor 1 regulates anxiety behavior via sensitization of 5-HT2 receptor signaling” foi publicado na edição mais recente da revista científica “Nature Neuroscience”.

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1566283-5603,00-CIENTISTAS+DESCOBREM+CONEXAO+BIOLOGICA+ENTRE+ESTRESSE+ANSIEDADE+E+DEPRESSAO.html

Novo Código de Ética define como dever do médico garantir 'morte digna'

"Cuidados paliativos são voltados a pacientes sem perspectiva de cura.
Código é válido para todo o país e entra em vigor na terça-feira (13)."


Em cima da mesa de Maria Goretti Maciel está a história de alguns dos pacientes que passaram pela Enfermaria de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Público Estadual. São dois cadernos em que médicos, enfermeiros e os próprios pacientes escrevem um pouco do que vivem entre os dez quartos daquele corredor. São quase dez anos de um serviço pioneiro em São Paulo que se reafirma com o novo Código de Ética Médica que passa a valer em todo o país a partir de terça-feira (13).
Cuidados paliativos são um conjunto de técnicas médicas voltadas para pacientes com doenças graves, com o objetivo de diminuir o sofrimento físico, psicológico e espiritual. A atenção integral ao doente é o primeiro fundamento da prática que está diretamente ligada à ortotanásia e envolve médicos, enfermeiros, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
 Desde 2006, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autoriza a ortotanásia  - que diferentemente da eutanásia não prevê a interrupção da vida do paciente, mas estabelece uma série de preocupações, como a utilização dos cuidados paliativos, para garantir a morte digna. Ou seja, mesmo que a doença não tenha mais cura, o paciente continua a ser cuidado, ouvido, aliviado de sua dor e confortado.
Há vinte anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar que pacientes de câncer fossem tratados com os cuidados paliativos sempre que a doença não respondesse mais aos tratamentos que tentam a cura. Mas o Código de Ética Médica brasileiro não é alterado há mais tempo, desde 1988.
Agora, entre os 118 artigos que fixam os deveres dos médicos, ao lado de itens como os vetos à manipulação genética, à escolha do sexo do embrião e a qualquer tipo de relação comercial com empresas farmacêuticas, pela primeira vez os cuidados paliativos aparecem claramente.
 O texto do novo código foi debatido durante mais de dois anos em audiências públicas promovidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A inclusão dos cuidados paliativos é resultado do trabalho da Câmara Técnica sobre Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos, da qual Maria Goretti fez parte.
 O texto afirma que "é vedado ao médico abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal."
 Apesar da OMS já recomendar o uso dos cuidados paliativos há bastante tempo, a prática só passou a ser mais difundida a partir de 2002 quando a organização refez a recomendação e estendeu o uso dos cuidados paliativos para todas as doenças que ameaçam a vida e não podem mais ser curadas.
Maria Goretti afirma que mesmo assim muitos médicos não fazem o que agora o Conselho Federal de Medicina estabelece como um dever ético dos profissionais e um direito do paciente. Ela diz que ainda hoje são comuns os casos em que os hospitais mandam pacientes de câncer para casa e dizem "não temos mais o que fazer". “Quem diz que não tem mais nada o que fazer por algum paciente e manda ele voltar para casa é porque não conhece os cuidados paliativos”, diz a médica.
Ela conta que saber a verdade sobre o diagnóstico é fundamental para o paciente. Para 50% dos que passam pela porta do ambulatório, a morte será o desfecho de uma luta que geralmente já se estendeu por meses e acabou com as forças dos doentes e seus familiares.
Mesmo assim, ser internado no local não significa um caminho sem volta. Para os outros 50%, o tempo de permanência no ambulatório é de uma semana. “Eles voltam para casa, mas voltam assistidos”, explica a médica.
Quando estão internados, os cuidados não se traduzem apenas nos rituais médicos e em comprimidos que aliviam a dor. Muitas vezes, dor maior é a incerteza do que virá.
 Nesta hora vale tudo para dar o conforto espiritual que os pacientes procuram. No entanto, saber ouvir o que eles têm a dizer é a primeira lição que Maria Goretti ensina para suas alunas de residência – que passaram a procurar o ambulatório com maior frequência nos últimos anos.
 A expectativa dos médicos é agora transformar os cuidados paliativos em especialidade médica, assim como a cardiologia ou a pediatria, por exemplo. A médica Amanda Baptista Aranha é uma das estagiárias que foram procurar no Hospital do Servidor Público Estadual a formação que lhe falta para concluir a residência em geriatria no Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
 Ela conta que o hospital, ligado à Unifesp, tem o serviço de cuidados paliativos, mas ainda não está estruturado da mesma forma que no Servidor Público Estadual. Maria Goretti explica que o diferencial do hospital é ter uma enfermaria inteira dedicada aos cuidados com pacientes com doenças em estágio avançado sem prognóstico de cura. No entanto, ela espera que com o novo código mais hospitais criem serviços similares.

"A expectativa dos médicos é agora transformar os cuidados paliativos em especialidade médica."

Na ala criada por ela, os estagiários passam cerca de dois meses com o acompanhamento de médicos preceptores, como nas outras residências médicas. No Servidor Público Estadual, esse trabalho fica sob a responsabilidade da médica Sara Krasilic.   

Travesseiros 
Formada em 1983, Maria Goretti é uma pernambucana de riso fácil. O temperamento parece contrastar com a rotina que experimenta. Ao seu lado, é como se a morte não fosse ocorrência tão comum em sua vida. Enquanto conversa com a reportagem, interrompe a entrevista para observar um senhor que faz parte dos 50% que vão para casa.
Amparado por uma filha, ele vence o longo corredor da enfermaria com um guarda-chuva numa das mãos e o travesseiro embaixo do braço. “Incrível, eles sempre trazem os travesseiros de casa”, conta.
Avessa a qualquer tipo de crença ou “misticismo”, ela diz preferir encarar a morte como uma chance de dar dignidade ao fim dos pacientes. “Um doente morrer não significa que fracassamos com ele”, afirma.
Ela diz ser difícil saber quantos já assistiu nos últimos momentos, mas alguns são mais difíceis ainda de esquecer. Um dos pacientes mais novos que já foram tratados ali tinha 21 anos e um tumor de cérebro agressivo. “Ele tinha uma banda com o irmão e quando já estava em coma, a banda inteira veio e tocou para ele, baixinho é claro. Não sei se ele percebeu, mas foi como o irmão quis se despedir dele”, diz.
Em cima da mesa da médica, os dois livros revelam algumas dessas histórias. Mas só uma frase dita a Maria Goretti pela mulher de um paciente condensa todas: “Ela veio se despedir de mim e disse ‘nunca imaginei que morrer pudesse ser tão simples’.”
O novo Código de Ética Médica é resultado de mais de dois anos de trabalho do Conselho Federal de Medicina. Contou com  a participação de representantes do Ministério Público Federal, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e entidades como as associações de pacientes.
 De acordo com o presidente do CFM, Roberto Luiz d'Avila, a carta de princípios para os profissionais deve ser encarada como um "contrato social". "A relação médico-paciente é baseada na confiança, se isso é quebrado ofende a classe como um todo", afirma d'Avila.
 O documento é dividido em princípios gerais, direitos e deveres dos médicos. São 118 deveres dos médicos, entre eles itens que colocam as obrigações éticas em compasso com o avanço da medicina, como a proibição da manipulação genética e a escolha do sexo do bebê durante o processo de reprodução assistida.

"O texto do novo código foi debatido durante mais de dois anos em audiências públicas."

Porém, o fato de estar claro no novo código não garante que essas práticas serão coibidas. Para isso, a participação da população é fundamental. "A sexagem (escolha do sexo do bebê) já era proibida por resolução do CFM, agora está mais claro. No entanto, quem denuncia?", pergunta.
 Outra proibição do novo código é a implantação de embriões supranumerários durante a reprodução assistida. Para aumentar a probabilidade de sucesso, há denúncias de que alguns médicos implantem mais do que quatro embriões a cada tentativa. "Há um consenso internacional que estabelece no máximo quatro embriões", diz d'Avila.
 O resultado é que começaram a aparecer gestações de gêmeos e trigêmeos em excesso, resultantes de reprodução assistida.
 D'Avila diz que espera ver o novo código popularizado não só entre os médicos, mas também entre os usuários dos sistemas público e privado. Para isso, afirma que o CFM não mede esforços para investigar e punir os médicos quando a falta ética é comprovada. "Entre 60 e 70 médicos que são julgados todos os meses pelo conselho, 50% deles são punidos", diz.

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1564003-5605,00-NOVO+CODIGO+DE+ETICA+DEFINE+COMO+DEVER+DO+MEDICO+GARANTIR+MORTE+DIGNA.html

Dieta rica em sushi pode modificar genes da flora intestinal humana, diz estudo

"Pesquisa realizada na França detectou enzima capaz de digerir melhor as algas."

Uma dieta rica em comida japonesa, como os tradicionais sushis, pode transferir genes de bactérias marinhas para a flora intestinal humana, segundo artigo publicado na revista científica "Nature".
Segundo os autores do estudo, da Universidade Pierre et Marie Curie (UPMC), em Paris, ao comer algas, as pessoas também ingerem essas bactérias marinhas, que contêm o código genético para secretar uma enzima digestiva capaz de "quebrar" as algas em moléculas menores, capazes de serem absorvidas pelo intestino humano.
Para os especialistas, a descoberta mostra que os alimentos e a maneira como os preparamos têm o potencial de influenciar a flora intestinal do homem.
Em outro artigo publicado na mesma edição da Nature, o microbiologista americano Justin Sonnenburg, da Universidade de Stanford, destaca que o estudo francês mostra ainda a importância de as bactérias da flora humana se adaptarem às constantes mudanças da nossa dieta e nosso ambiente.

  Flora
A equipe de cientistas da UPMC, liderada por Jan-Hendrik Hehermann, conseguiram isolar uma nova enzima digestiva encontrada em bactérias vivendo nas algas vermelhas conhecidas como Porphyra, entre as quais está o nori, usado nos sushis.
Examinando centenas de databases de genes para tentar descobrir onde mais poderiam encontrar essa enzima, os cientistas a acharam em bactérias intestinais de um grupo de 13 japoneses.
"Cinco dessas 13 pessoas tinham este mesmo gene em sua flora intestinal. E o resto apresentou genes similares que codificam enzimas semelhantes", explicou Mirjam Czjzek, também da UPMC.
"Quando examinamos o estudo genômico da flora intestinal de um grupo de americanos, vimos que nenhum deles apresentou o mesmo gene."
Segundo Czjzek, a rota "mais provável" para as bactérias marinhas chegarem ao intestino seria a ingestão das algas.
Para ela, esses gentes são benéficos para o ser humano, permitindo que eles absorvam os nutrientes das algas, que eles provavelmente não conseguiriam digerir.

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1561632-5603,00-DIETA+RICA+EM+SUSHI+PODE+MODIFICAR+GENES+DA+FLORA+INTESTINAL+HUMANA+DIZ+EST.html

Consumo de hortaliças e sedentarismo sobem entre brasileiros, diz estudo

"Ministério da Saúde ouviu 50 mil pessoas sobre hábitos saudáveis.
16,4% da população adulta não faz nenhum tipo de exercício."


Ao mesmo tempo em que passou a colocar mais hortaliças em seu prato, o brasileiro começou a fazer menos atividades físicas, mostra uma pesquisa divulgada em Brasília nesta quarta-feira (7) pelo Ministério da Saúde.
Segundo o levantamento, que ouviu 54.367 pessoas ao longo de 2009, 18,9% da população consome cinco ou mais porções diárias de frutas e verduras, número 2,6 vezes maior que o registrado em 2006.
Apesar de revelar uma consciência maior em relação à alimentação, a pesquisa mostra também que a pressa do dia a dia tem piorado a qualidade do que é ingerido. O feijão, por exemplo, faz parte do cardápio de 65,8% dos adultos cinco ou mais vezes na semana. Em 2006, o índice era 71,9%.
A pesquisa revelou que o consumo de refrigerantes e sucos em pó cresceu. Entre os mais jovens, de 18 a 24 anos, 42,1% consomem essas bebidas quase todos os dias, e as versões light ou diet desses produtos só são escolhidas por 15% da população.
Em relação aos exercícios, o estudo mostra que apenas 14,7% dos adultos fazem atividades físicas no tempo livre com a regularidade necessária - 30 minutos diários, cinco vezes por semana. Considerando aqueles que se deslocam para o trabalho ou para escola a pé ou de bicicleta, o índice sobe para 30,8%.
O número de sedentários – aqueles que não fazem exercícios físicos em nenhuma ocasião – é de 16,4% da população adulta, índice superior ao registrado em 2006, quando havia 13,2% de adultos inativos fisicamente.

Sete cursos de medicina podem ser cancelados ou sofrer redução de vagas

"MEC instaurou processos administrativos em instituições.
Universidades têm 15 dias para apresentar defesa."


Sete cursos de medicina correm o risco de encerramento ou redução de vagas após processos administrativos instaurados pela Secretaria de Educação Superior, do Ministério da Educação (MEC).
 A informação foi divulgada nesta quarta-feira (7) no Diário Oficial da União e publicada após "a verificação de não cumprimento de medidas de saneamento determinadas" pelo governo, informa o MEC.As instituições que oferecem os cursos terão 15 dias para apresentar defesa antes da decisão final.
 De acordo com a publicação oficial, passarão pelas avaliações os cursos da Universidade Iguaçu (Unig), campi Nova Iguaçu e Itaperuna; Centro Universitário Volta Redonda (Unifoa), Universidade Severino Sombra (USS), em Vassouras (RJ); Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) e Universidade de Marília (Unimar), em São Paulo; e Faculdade de Medicina do Planalto Central, em Brasília.
 O curso que pode ter a oferta de vagas suspensa é o da Universidade Iguaçu, no campus de Nova Iguaçu (RJ). Segundo o MEC, após prazo de dois semestres para o cumprimento de medidas, a instituição não promoveu as melhorias necessárias.

Outras instituições
De acordo com o reitor da Unig, Julio Cesar da Silva, a universidade ainda não recebeu a notificação. "Assim que recebê-la, ficaremos cientes de quais são os pontos a serem alterados. E vamos acatar", afirma. De acordo com o reitor, o curso passa por processos de supervisão desde 2008, o que é praxe, afirmou.
 Por meio da assessoria de imprensa, a Unifoa afirmou que ainda não foi notificada oficialmente. Em cima das pendências que forem apontadas nessa notificação oficial, formulará defesa, considerando que entende que cumpriu todos os termos de saneamento solicitados pelo MEC. O curso de Medicina da Unifoa tem 41 anos e cerca de 600 alunos.
 Também por meio de nota, a Unaerp afirmou que recebe com tranquilidade a notícia sobre o prosseguimento do processo de avaliação do curso de medicina. Afirmou ainda acreditar que o resultado final do processo de avaliação do MEC será a confirmação da qualidade do curso. A universidade afirmou também que confia na excelência do curso, que, anteriormente, ao boicote dos alunos no Enade 2007, havia sido avaliado com conceito 4 em uma escala de 1 a 5.
 Até o início da tarde, a Faculdade de Medicina do Planalto Central ainda não havia recebido a notificação.
 De acordo com a assessoria de marketing da USS, a universidade aguardará os 15 dias que tem para se manifestar e aguardará a nota técnica do MEC com a decisão integral da portaria. De acordo com a assessoria, "a portaria afirma que cumprimos parcialmente as medidas saneadoras, embora desconheçamos ainda o que foi e o que não foi cumprido".
 O site oficial da universidade comemora a liberação do processo seletivo do curso de medicina. “A USS tem o prazer de compartilhar com seu corpo discente, docente e colaboradores a liberação do processo seletivo para o Curso de Medicina. Aos interessados que sempre acreditaram nas atividades do curso, solicitamos que aguardem a publicação de Edital", diz o site.
 A Unimar afirmou que não recebeu relatório de avaliação do MEC com as possíveis reprovações detectadas na última visita ao campus, nos dias 11, 12 e 13 de março deste ano. Segundo a universidade, a coordenação do curso de medicina disse que deverá ter acesso ao relatório até sexta-feira, quando poderá esclarecer dúvidas.

http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1560502-5604,00-SETE+CURSOS+DE+MEDICINA+PODEM+SER+CANCELADOS+OU+SOFRER+REDUCAO+DE+VAGAS.html

Remédio para paciente com aids está em falta no País

"Genérico Abacavir é usado por cerca de 3,7 mil pacientes com a doença.
Governo diz que fabricante não apresentou documentos necessários."


O abacavir, medicamento usado por cerca de 3,7 mil pacientes com aids, está em falta no Brasil. O problema teve início em dezembro, quando o Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais informou ter havido dificuldade na aquisição do medicamento. Naquela época, o programa aconselhou que médicos substituíssem temporariamente a indicação do remédio até que a situação se normalizasse - o que estava previsto para fevereiro.
"Nem todos os médicos e pacientes aceitaram fazer a substituição, por considerá-la inadequada. O problema também não foi resolvido no prazo previsto e agora a situação é esta: em todo o País encontramos casos de pacientes sem remédio", afirmou o presidente do Forum de ONG/Aids do Estado de São Paulo, Rodrigo Pinheiro. O fórum recomendou aos pacientes que procurassem a Justiça.
A diretora do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariangela Simão, admitiu que a falta do medicamento é lamentável. Ela informou que o desabastecimento é fruto de um problema na apresentação de documentos pela empresa fornecedora do genérico, a indiana Aurobindo.
A empresa já havia fornecido o medicamento, mas, dessa vez, documentos exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não foram apresentados no tempo correto. A expectativa, disse a diretora, é de que o remédio chegue ao País até dia 20 de abril. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .

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