 "Eficácia depende do ‘timing’ da campanha de imunização.
"Eficácia depende do ‘timing’ da campanha de imunização.
Cobertura populacional ideal seria de 70%."
Se 70% da população americana for vacinada contra o vírus H1N1,         começando pelas crianças em idade escolar, será possível mitigar         o impacto da nova gripe no inverno, baixando sua taxa de         infecção para 15%, nível compatível com uma temporada leve de         gripe comum. Um grupo multidisciplinar da Universidade de         Washington, em Seattle (EUA), fez o primeiro cálculo de         transmissibilidade do vírus no ambiente escolar e concluiu que,         no melhor cenário de combate, as crianças deveriam receber a         vacina primeiro, seguidas dos adultos e dos profissionais de         áreas expostas à doença, como saúde, e de serviços essenciais         (mais uma vez saúde, mas também polícia e transporte, por exemplo).
Um “detalhe”: o início da campanha de imunização não poderia         passar deste mês. “Embora o distanciamento social e o uso de         antivirais possam ser parcialmente eficazes para tornar a         disseminação (da gripe suína) mais lenta, a vacinação continua o         meio mais efetivo de controle da influenza pandêmica”, diz o         artigo que resume a pesquisa, publicado nesta quinta-feira (10)         pela revista “Science”. Contrariando o que foi feito no Brasil,         por exemplo, os cientistas avaliam que fechar escolas e outros         espaços de aglomeração pública é o expediente com a menor         relação custo/benefício na luta contra a nova gripe. A         estratégia com a melhor relação custo/benefício, insistem os         especialistas, é vacinar. O problema é quantas pessoas, qual é a         prioridade e, acima de tudo, quando.
A alta transmissibilidade do novo vírus foi mais uma vez         atestada: a taxa é de 1 para 1,3 a 1,7. Ou seja, cada gripado         infecta quase outros dois. Essa taxa equivale à infecção de 25%         a 39% da população mundial por gripe suína em um período de 1 ano.
As crianças se destacaram neste quesito: os estudantes doentes         infectam colegas a uma taxa de 1 para 2,4. Ainda assim, de 30% a         40% das transmissões do influenza ocorrem em domicílios. Depois         vêm as escolas, com cerca de 20%. Os demais espaços mais         importantes de infecção são locais de trabalho e a “comunidade         em geral”, diz o texto.
Os pesquisadores usaram um modelo de computador para simular os         efeitos da vacinação nos EUA. Diferentes combinações de cenários         alimentaram o sistema. Por exemplo: pré-vacinação (antes da         retomada da multiplicação de casos, prevista nos EUA para breve)         cobrindo 30%, 50% e 70% da população; vacinação universal, mas         por etapas, com ou sem 30 dias de atraso em relação à retomada;         vacinação em etapas, priorizando crianças, com ou sem atraso.
O estudo estima que atualmente mais de 20 laboratórios         farmacêuticos estão na corrida para a produção do imunizante 
. Nos Estados Unidos, a vacinação pode começar em setembro         e cobrir, por mês, 20% da população americana, isso por “muitos         meses”. Mas o início da campanha de imunização pode ser adiado         para outubro, admitem os pesquisadores – e só esse adiamento já         traria prejuízos de saúde pública. Mesmo uma vacinação         universal, mas com 30 dias de atraso em relação à repique de         casos, tem pode de fogo reduzido. O trabalho parte do         pressuposto de que serão necessárias duas doses, com um         intervalo entre a 1ª e a 2ª dose de no mínimo três semanas.         Outra premissa é que a disseminação limitada do H1N1 nos EUA na         primavera e verão resultou “em uma imunidade em nível         populacional muito limitada no outono”.
 
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