Principal causa do hermafroditismo é mutação genética
 O hermafroditismo é a presença em um indivíduo de genitais         ambíguos – com estruturas masculinas e femininas completas ou         não – desde o nascimento. Até os dois meses de gestação, homens         e mulheres têm a genitália idêntica. O que os diferencia, a         partir desse momento, é que a presença do cromossomo Y no         embrião do sexo masculino (em especial um gene denominado SRY),         produz proteínas que orientam para a formação dos genitais         masculinos e para a ação da testosterona, o hormônio sexual         masculino. No feto do sexo feminino, a ausência do gene SRY         estimula a formação de genitais femininos. Não há estimativa de         ocorrência de casos no Brasil, explica o médico geneticista         Salmo Raskin, presidente da Sociedade Brasileira de Genética         Médica. “Não temos ideia da incidência porque no país as doenças         raras não têm nenhum acompanhamento, por falta de estrutura.         Enquanto o país não tiver uma política de atendimento em         genética no SUS, não se pode falar em incidência de doenças         genéticas no país”, diz. “Além disso, muitas vezes os pais         escondem o problema.” Com 16 anos de experiência na área, Raskin         calcula já ter atendido mais de 200 casos. “Já atendi casos de         moças de 18, 19 anos que me procuraram porque não menstruavam. A         razão, simplesmente, era porque não tinham útero.”
O hermafroditismo é a presença em um indivíduo de genitais         ambíguos – com estruturas masculinas e femininas completas ou         não – desde o nascimento. Até os dois meses de gestação, homens         e mulheres têm a genitália idêntica. O que os diferencia, a         partir desse momento, é que a presença do cromossomo Y no         embrião do sexo masculino (em especial um gene denominado SRY),         produz proteínas que orientam para a formação dos genitais         masculinos e para a ação da testosterona, o hormônio sexual         masculino. No feto do sexo feminino, a ausência do gene SRY         estimula a formação de genitais femininos. Não há estimativa de         ocorrência de casos no Brasil, explica o médico geneticista         Salmo Raskin, presidente da Sociedade Brasileira de Genética         Médica. “Não temos ideia da incidência porque no país as doenças         raras não têm nenhum acompanhamento, por falta de estrutura.         Enquanto o país não tiver uma política de atendimento em         genética no SUS, não se pode falar em incidência de doenças         genéticas no país”, diz. “Além disso, muitas vezes os pais         escondem o problema.” Com 16 anos de experiência na área, Raskin         calcula já ter atendido mais de 200 casos. “Já atendi casos de         moças de 18, 19 anos que me procuraram porque não menstruavam. A         razão, simplesmente, era porque não tinham útero.” Aparentemente este é o caso da atleta sul-africana Caster         Semenya, campeã dos 800 metros no Mundial de Berlim, em agosto.         De acordo com o jornal australiano "The Sydney Morning         Herald", exames realizados durante a competição atestam que         a fundista é hermafrodita: ela não possui ovários, apesar de na         aparência externa apresentar órgão sexual feminino. O laudo definitivo só sai em novembro.
Aparentemente este é o caso da atleta sul-africana Caster         Semenya, campeã dos 800 metros no Mundial de Berlim, em agosto.         De acordo com o jornal australiano "The Sydney Morning         Herald", exames realizados durante a competição atestam que         a fundista é hermafrodita: ela não possui ovários, apesar de na         aparência externa apresentar órgão sexual feminino. O laudo definitivo só sai em novembro.          Há três tipos de hermafroditismo: o hermafroditismo verdadeiro, o         pseudo-hermafroditismo masculino e o pseudo-hermafroditismo feminino.
No primeiro caso, o indivíduo apresenta ovários e testículos e os         órgãos genitais externos com estruturas masculinas e femininas.         Geneticamente, a maioria dos hermafroditas verdadeiros tem em         cada célula dois cromossomos X – os homens normais têm um         cromossomo X e um Y e as mulheres, dois X. Portanto, eles         deveriam ser mulheres. O desenvolvimento dos testículos se deve         a alterações em genes ainda desconhecidos que atuam como o gene         SRY do cromossomo Y, responsável pela formação dos testículos.
No segundo, o indivíduo é um homem (XY) do ponto de vista         genético, mas o pênis não se desenvolve completamente. Trata-se         de homens não completamente virilizados, por lacunas no         desenvolvimento sexual embrionário.
No terceiro caso, ocorre o inverso. As mulheres apresentam dois         cromossomos X e têm o aparelho reprodutor feminino completo, mas         durante a fase intrauterina sofrem um processo de virilização         dos genitais: o clitóris cresce excessivamente e se apresenta         como uma estrutura semelhante ao pênis.
Uma das causas possíveis é genética. Mutações no gene CYP21A2         (que se encontra no braço curto do cromossomo 6) resultam na         deficiência de uma enzima, a 21-hidroxilase. O nome da doença         decorrente dessa deficiência é hiperplasia congênita da         supra-renal (HCSR), que ocorre em 1 em cada 17 mil nascimentos,         segundo a Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal. Certas         formas desta doença põem em risco de morte a criança com 7 a 14         dias de idade, pois há perda de sal e desidratação severa e         rápida, que, se não tratada com urgência, pode levar a óbito.
A escassez da enzima 21-hidroxilase impede a síntese do hormônio         cortisol, produzido nas glândulas supra-renais. Numa reação em         cadeia, a falta desse hormônio aciona uma glândula da base do         cérebro, a hipófise, que intensifica a produção de outro         hormônio, o hipofisário corticotrófico, estimulante da atividade         das supra-renais. Em resposta a esse estímulo, as supra-renais         aumentam de tamanho e produzem mais hormônio masculino, a         testosterona. Nos fetos do sexo feminino, o excesso desse         hormônio provoca virilização: as mulheres nascem com um clitóris         hipertrofiado, que lembra um pênis, e uma bolsa escrotal sem         testículos, que recobre completamente a vagina.
Há também causas não genéticas. Quando a mulher, sem saber que         está grávida, toma hormônios, essas substâncias podem contribuir         para a virilização do feto do sexo feminino.
“O tratamento (do HCSR) é com hormônio corticoide. Mas         precisa tomar hormônio o resto da vida, pois é um defeito         enzimático. E os casais que têm um filho com este problema devem         fazer aconselhamento genético antes de planejar futuras         gestações, pois o risco de repetição é de 25% em cada nova         gestação”, explica Raskin.
O leque de tratamentos também inclui intervenções cirúrgicas,         decididas caso a caso e, evidentemente, acompanhamento         psicológico. “Hoje em dia mudou muito a visão de tratamento         desses pacientes. Há 30 anos cometeram-se verdadeiros erros         médicos, era uma fase em que os cirurgiões pediátricos faziam         cirurgias corretivas agressivas sem ouvir a opinião dos pais e         sem equipe multidisciplinar para assessoras a decisão”, diz o         médico geneticista Gerson Carakushansky, professor da Faculdade         de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro.         “Atualmente os casos têm de ser acompanhados por equipes com         profissionais de várias áreas, sem muita pressa, porque o         próprio paciente deve opinar sobre a operação. Só se faz a         correção da parte que prejudica a função da criança, por exemplo         para urinar. As definitivas ficam para mais adiante, sempre com         psicólogos dando apoio à criança e aos pais.”
Fonte: (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1301395-5603,00-PRINCIPAL+CAUSA+DO+HERMAFRODITISMO+E+MUTACAO+GENETICA.html)
 
 

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