Cientistas cubanos criam método para avaliar efeitos do clima na saúde
"Sistema alerta para riscos com 180 horas de antecedência.
Classificação biometeorológica foi apresentada na USP."
Cientistas cubanos desenvolveram uma metodologia para avaliar os         efeitos do clima na saúde humana. A “classificação         biometeorológica” foi apresentada no Instituto de Estudos         Avançados da Universidade de São Paulo por Luís Bartolomé Lecha         Estela, do Centro de Estudos e Serviços Ambientais da         Universidade Central de Las Villas (UCLV), em Cuba. “Os         prognósticos [...] auxiliam na prevenção de doenças com alta         incidência, como asma, problemas cardiovasculares, acidente         vascular cerebral, hipertensão arterial, cefaleias, hepatite,         meningite, dengue e malária”, disse Lecha à Agência Fapesp.
“O método avisa com até 180 horas de antecedência a ocorrência de         condições favoráveis para o desencadeamento de crises de saúde e         utiliza como principal indicador a variação em 24 horas da         densidade parcial de oxigênio no ar, o tipo de situação         predominante e a ocorrência de efeitos locais de contaminação         atmosférica”, explicou Helena Ribeiro, diretora da Faculdade de         Saúde Pública da USP. “A cidade de São Paulo é um laboratório         importante para se estudar essa relação. Pretendemos criar um         programa a partir dos métodos desenvolvidos por Lecha.”
Segundo o pesquisador cubano, o índice de acertos tem sido         superior a 80%. Entre 1º de dezembro de 2006 e 30 de abril de         2007 foram detectados pelo modelo cerca de 63 situações         complexas de tempo com avisos de alerta, sendo 24 para hiperoxia         (alta concentração de oxigênio) e 39 para condições de hipoxia         (baixo teor de oxigênio). “Nos dias em que havia condições de         hipoxia houve uma prevalência de crises massivas associadas à         hipertensão arterial, cefaleias e de acidente vascular         cerebral”, exemplificou Lecha.
 Helena Ribeiro, que orienta pesquisas relacionadas à saúde urbana         e mudanças climáticas, falou da dificuldade no Brasil de se         conseguir dados estatísticos de pronto atendimento nos         ambulatórios, além das poucas pesquisas nessa área. “A ligação         entre alterações climáticas e saúde ainda é incipiente no país.         A maioria dos projetos aborda as mudanças climáticas em larga         escala”, afirmou.
 

 
 

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